segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

De onde eu vim não tem mar...



De onde eu vim não tem mar.
Não tem onde desaguar esse rio de sentimentos controversos.
Não há areia para repousar sentimentos no fim de tarde.
Para ver a dança das ondas.
Não tem como deixar pegadas em caminhos de pedras.
Sem pegadas na areia não há como me encontrar.
Perco-me sem onda, sem areia, sem mar.
Sou barco a vela sem vento.
Sou rio sem mar.
Não há porto que me acolha.
Não há cais que me segure.
Não há mar que me preencha.
Não há olhar que na areia me admire.
Não há pegadas por onde passo, não há sinais, vestígios.
Olhe mais adiante.
Ali na frente, bem no horizonte.
Está vendo aquela montanha.
Escondo-me por de trás dela.
Deságuo em rio, serra e montanha.
Caio em queda livre no véu de uma cachoeira.
Quem me admira é uma namoradeira que repousa na janela.
 Enquanto na cozinha o café esta sendo passado.
Em uma casa com varanda grande,
De gente que acolhe.
É aqui que me perco, 
É aqui que me acho.