Oh amada Luiza,
Você, que destes nomes
a tantas poesias minhas.
Mal sabes do sentimento
que por tantos anos alimentei.
Mas não pense que o silêncio
foi maior que o meu amor.
O amor foi tão grande
que me calou.
Joguei-me ao mar.
Só essa imensidão tem mais
mistérios do que eu.
Segredos tantos que
nem ousei em lhe contar.
Estava pronto para
revelar todos os meus segredos.
Contar sobre tudo
quando fui até a sua casa,
Todas as verdades seriam ditas, ali, naquele
momento.
Mas percebi que você
não estava pronta para ouvir.
Sai sem rumo, fui ao
mar, as ondas batiam nas pedras.
Já era madrugada,
tarde demais para tentar me deter.
Pelo chão só deixei as
minhas pegadas.
Vou mergulhar, mas não
sei se vou querer voltar,
Submerso nesse mar,
tudo é tão calmo.
Já não tenho controle
sobre mim, a onda que bate, leva.
O que permanece?
Somente as palavras
que não disse,
Do amor que não vivi.
Carta encontrada dentro de uma garrafa que foi lançada ao
mar,
Até hoje não se sabe se quem a escreveu realmente se jogou
ao mar,
Ou essa foi apenas uma tentativa de calar o sentimento.
Não há registro de quem escreveu muito menos quem é Luiza.
Só se sabe do amor cuja toda verdade o mar levou.