segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nosso Amor Mais Bonito...



Estou prestes a falar do assunto mais difícil, do amor mais profundo.
Meu coração está aos pulos, nunca falei de você, sempre optei por demonstrar.
Ilógico esse silêncio, eu sei, é que coisas sagradas costumamos não tocar.
Lição que aprendi com você, não diretamente, mas pela sua essência.
Impossível imaginar meu eu sem você.
Adorável perceber que sou uma parte que foi sua, somos laços indestrutíveis.

Estou aqui ouvindo Lady Laura de Roberto Carlos,
Música que você nos ensinou a gostar,
Mas sabe por que ela se tornou a preferida?
Pela compatibilidade de sentimento,
Pela beleza de ver o amor de um filho pela mãe traduzido em música,
De certa forma Roberto Carlos era o porta voz daquilo que também sentíamos por você,
Que até então não tínhamos declarado, pois como já disse,
Aquilo que é sagrado costumamos não tocar,
Pra preservar a santidade,
E há algo mais sagrado do que o laço de mãe e filho?
Há palavras que traduzem com fidelidade esse sentimento?
Não há. Existem coisas que foram feitas pra não serem definidas por completo,
Mas é melhor declarar parte do amor que é infinito,
Do que deixar uma imensidão de coisas por dizer por medo de não ser completo.

(...) Quantas vezes me sinto perdido
No meio da noite
Com problemas e angústias
Que só gente grande é que tem
Me afagando os cabelos
Você certamente diria
Amanhã de manhã você vai se sair muito bem(...)

Quantas vezes isso já aconteceu,
Seu colo sempre foi um porto certo e seguro que a gente sempre recorreu,
Onde encontrava a palavra certa,
O abraço perfeito que tão bem acolheu,
E o silêncio na hora certa, nos momentos que palavra nenhuma traduz.

(...) Quando eu era criança
Podia chorar nos seus braços
E ouvir tanta coisa bonita
Na minha aflição
Nos momentos alegres 
Sentado ao seu lado,eu sorria
E, nas horas dificeis
Podia apertar sua mão(...)

Amor que se faz na alegria, e nos momentos tristes,
Já choramos de rir, já choramos por coisas tristes,
Foi quando percebi que chorar não é ruim,
Quando choramos juntas.
Que a alegria só é completa,
Quando o riso é em conjunto.
Nossa união vai alem dos laços sanguíneos,
Alem do elo pré-determinado na maternidade,
A união se concretizou na convivência,
Com cumplicidade do dia a dia,
Na admiração construída a duras penas,
Mas foi a duras penas doce,
Pois o amor torna tudo agradável ao paladar.
Tudo de mais bonito que reflete de nós,
É proveniente dos teus ensinamentos,
Nossa melhor parte,
Nosso amor mais bonito.


...Nem mesmo o céu nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito...
(Como é Grande o Meu Amor Por Você – Roberto Carlos)

domingo, 30 de outubro de 2011

Sem mapas e Cartas Marcadas...



A poesia e a realidade se encontram aonde?
Preciso de sinais, cartas marcadas, avisos por todos os lados,
A subjetividade me enche os olhos,
Mas certos encantos são como a penumbra,
Que ilude e cega.
Um pouco mais de clareza, por favor?
Não me faça ter que adivinhar teus sinais,
Que me confundem da cabeça aos pés.
Perdoe essa necessidade doentia
De desbravar o desconhecido com o mapa nas mãos,
De não arriscar atalhos com medo de me perder,
Apesar de acreditar que a perdição já é um fato consumado.
Caminhei acreditando ter domínios sobre os meus passos,
Quando dei por mim, os rastros já não eram compatíveis com minhas pegadas,
E como fazer para voltar pra casa?
Há sempre um refugio pra recorrer.
Por um triz, um passo em falso, um erro,
Riscos de não saber onde pisar,
O que encontrar no próximo passo,
Um campo de flores ou um terreno instável de areia movediça?
As placas não apontam pra nenhuma direção,
Nada é 100% seguro, não vejo clausulas que garanta segurança.
Não consigo desfrutar onde piso por medo do próximo passo.
Me ensina a andar sem ter os pés no chão.
A respirar fundo mesmo sabendo que o ar é poluído.
Ver música em meio ao estardalhaço do transito
Me ensina a equilibrar no meio fio,
Sem medo do passo em falso.
Andar por ruas desconhecidas sem o medo de me perder.
Ponha-me vulnerável ao erro,
Pra que errando eu aprenda acertar com mais sabedoria.
Me ensina desbravar o desconhecido começando por você.
Me mostra que a vida é leve,
Que eu posso ser leve.
Que o inesperado é doce.
Que nem sempre o ato de jogar,
Remete a queda.
Que por de trás do erro,
Se esconde a vontade de acertar.
E só isso já é um bom começo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meu deu Vontade de Chorar...


Hoje fez tanto frio,
E a chuva nem por um segundo deu trégua,
Eu estou aqui, acordada em pleno domingo,
E já é quase madrugada.
Ouvindo Chico...
Uma única música se repete incessantemente,
E eu ouço em silêncio,
“Cadê Você”
Não sei por que essa música sempre me faz chorar,
Ela mexe comigo desde a primeira vez que ouvi,
E passou a ser trilha sonora nos dias cinzas com chuva,
Quando me permito voltar pra dentro de mim,
E chorar ao som de Chico, com essa música em especial.
Na verdade, sei o porquê que ela mexe tanto comigo,
Mas é que prometi não falar de amor.
Ouço em silêncio,
E sussurro quando chega na parte:
“Me leve um pouco com você
Eu gosto de qualquer lugar”
Repeti por tantas vezes, que chego estar rouca,
Fico mais rouca quando sussurro, do que quando grito,
Deve ser a contradição de sobrecarga de sentimento
Contida em cada gesto.
Sussurro esses versos,
Porque qualquer lugar é mais confortável do que dentro de mim nesse dia frio.
Meu coração tem dessas coisas,
Às vezes chora, sem motivo claro e determinante,
Chora porque tem dias que dentro do peito é pequeno demais para ele,
Chora pra esvaziar de sentimento, e tornar mais confortável a estadia dele dentro de mim.
E eu choro junto, não porque estou sofrendo de amor,
Nem sentindo alguma dor física,
Choro por solidariedade a ele,
Choro porque simplesmente tenho vontade,
E certos desejos me permito realizar quando quero.
Choro, mas esse choro é coisa de alma,
Vontade, inusitada, sem motivo e nem razão.
Só pra dar espaço para as batidas do coração,
Porque tem certos dias,
Que viver dentro da gente fica um pouco pesado,
E dói...
E tudo que se precisa e de alguém que diga:

_Vem comigo, vou te levar pra um lugar onde tudo isso passa.

E me empresta por algumas horas um espaço dentro de você,
Pode ser um lugarzinho pequeno,
Se você puder ouvi os meus sussurros perceberá que...
“Eu gosto de qualquer lugar”
...Me deu vontade de chorar...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

E a gente sobrevive...

Tem dias que o céu parece desabar...
O estardalhaço do transito é ensurdecedor,
E o barulho da chuva nos remete a lembranças que relutamos em não ter.
Mas a gente sobrevive... Quase como obrigação.

Tem dias que o pensamento não cessa,
Acendo uma vela, invento uma reza,
Nada serve como distração,
Mas a gente sobrevive... Como se não tivesse outra solução.

Tem dias que a contradição acompanha
Nos dias de transito parado, a inquietude é interna.
A alma não cabe no corpo, e o corpo se desintegra do ambiente.
Mas a gente sobrevive... Quase sem perceber

Tem dias que a vontade é jogar tudo pro ar,
E viajar para um lugar onde possa se distanciar de nós mesmos,
Mas a gente respira fundo e o ar preenche o vazio que tanto ecoa.
E a gente sobrevive... Com a coragem que vem que nem garoa.

E a gente sempre sobrevive no final,
Por mais escuro que esteja o túnel,
Por mais remota que seja a luz,
Por menos palpável que seja a esperança,
Aquele extinto de sobrevivência sempre acena no caos,
E a gente sobrevive, porque não há outra solução,
Sobrevive sem perceber,
Sobrevive com a coragem que vem que nem garoa.
Respira fundo, porque no sopro do sussurro.
É que se tira a força pra viver.

sábado, 15 de outubro de 2011

Envolvida na prece...



15 + 10 + 2011 = 2036

2 + 0 + 3 + 6 = 11

Não tinha como dar errado,
Levando em consideração que uma das poucas e velhas manias que me restaram
É fazer a somatória de todos os números que encontrava pelo caminho,
Até o resultado dar “11”, meu numero da SORTE.
Foi o primeiro indicio que o destino tinha levantado bandeira branca,
Resolveu me dar uma trégua, e me concedeu 3h inteiras de você.
Em uma manhã de chuva atravessei a cidade porque sabia que você estava lá,
Nunca esteve tão perto do meu alcance como hoje, não poderia deixar passar essa chance, e fui ao seu encontro, como da primeira vez,
Pés firmes ao chão e pensamento longe,
Pensamento?
Aquele nosso velho conhecido que nunca acompanha.
A caminho do bairro de Santa Tereza...
Sim, aquele bairro onde nasceu o Clube da esquina,
Fiquei imaginando o que os irmãos Borges e Milton
Poderiam dizer para aquietar meu espírito,
Pois Chico já disse com toda razão e propriedade:
“É desconcertante
Rever o grande amor”
Faço delas as minhas palavras.
Minha reação era algo que até eu desconhecia,
Quando cheguei, você não estava lá,
Eis que surge a hora de exercer o que estava trabalhando em mim nos últimos meses:
“SABER ATRAVESSAR COM SABEDORIA A PONTE DO TEMPO DE ESPERAS”
E te esperar foi quase um martírio,
Conversei com o tempo, ele era a minha única companhia,
No meu silêncio, pedi pra quem pudesse me ouvir,
Que me concedesse a chance de te ver,
Tente ver nas minhas tentativas de chegar ate você uma forma de merecimento para tal feito?
Pedido aceito!
Você aparece na porta,
Meu coração dispara...
Pára...
Depois normaliza,
Dessa vez não houve inércia.
Você cumprimenta alguns que estavam presentes,
E caminha para o fim do salão,
Me sentei atrás de você,lugar estratégico onde montei meu ponto de observação.
Sim, hoje eu te vi, e não foi de maneira estática como das outras vezes,
Vi sua personificação envolvida na prece, estudei seus gestos, escutei sua voz,
Por um momento seus olhos cruzaram com os meus de forma tão profunda,
Senti que você podia ler minha alma,
Desviei o olhar, têm certas paginas de mim, que você não compreenderia se lesse.
Olhei, te estudei sem me aproximar, nos primeiros minutos você não parava de escrever,
Assim como eu, você tem uma compulsão por redigir sobre o que te move.
Você parava de escrever, conversava,gesticulava e sorria,
Às vezes nem dizia nada, apenas gesticulava,
Questionava comportamentos de possíveis conhecidos,
Que você desconhecia a razão de algumas atitudes.
Admirava cada obra de arte espalhada em nossa volta.
Isso tudo era intercalado entre o tempo que você fechava dentro de si
E se envolvia na prece,
E o tempo que você se voltava para os olhares externos
E me envolvia na lembrança de um amor antigo.
Isso tudo pode até parecer confuso,
Deve ser porque eu também estava muito confusa,
Os efeitos de te ver era pra ter sido mais devastador,
Mas como havia dito antes, estou aprendendo a difícil arte do desapego,
Não tem espaço pra mim na sua vida, e te ver foi apenas a confirmação do fato pressentido.
Em certos momentos também me envolvi da prece,
Rezei por mim, rezei por você, esse era o nosso elo de comunicação invisível e Inquestionável,
Pedi pela sua felicidade, e agradeci por compreender que ela não dependeria de mim para ser atingida. Compreendi sem dor.
Passadas às 3 horas, você foi embora, de longe acompanhei você até o carro,
Por mais que você não precisasse de companhia, fui mesmo assim.
Você me olhou novamente, de óculos escuros, vi minha imagem refletida em seu olhar,
Juntamente com o reflexo das minhas paginas proibidas, dessa vez não desviei o olhar,
Pois era um olhar de despedida, quem sabe um “até mais”, “a gente se vê por ai”,
E você partiu, seguiu seu caminho,e eu segui o meu,
Mas com a plena convicção de tudo que ficou.
Que você apareceu na minha vida
Para que inconscientemente
Desapertasse o melhor que há em mim,
Despertou a minha música, minha prosa, meu verso, meu som,
E o meu silêncio, porque não?
Um dia quem sabe a gente se cruza e eu te mostro tudo isso,
Mas dessa vez vai ser diferente,
Eu canto uma música que um dia fiz pra você,
Mas sem esperar um “eu te amo” no final,
Mas sim a doce e delicada lembrança que levo junto ao peito,
Da minha primeira visão do amor,
Não foi vivida, mas que não tira o direito de ter sido bonita.
Meu coração pode até disparar, parar e se normalizar depois,
Isso não vai ser indício de paixão mal curada,
Pois o sentimento se dissipou, mas usando a sabedoria do mestre Chico:
“É desconcertante
Rever o grande amor"

sábado, 8 de outubro de 2011

O Mundo pela Fresta...


Eu vejo o mundo por uma fresta,
Da minha janela eu posso ver uma arvore,
Da qual desconheço o nome,
Tudo em minha volta é assim, desconhecido,
Sem denominação,
Até eu mesma, me desconheço,
Também me vejo por uma fresta.
Tudo parece ser tão limitado, minimamente contado,
Previsível.
Até eu mesma não costumo surpreender,
 Nunca gritei a todo pulmão,
Limito – me ao nó na garganta.
Do outro lado da rua, alguém também olha pela janela,
Uma janela grande, sem persiana,
Aquele não vê a vida por uma fresta,
Tem os olhos livres, sem fronteiras.
Mas aquele que observa, não vislumbra por muito tempo.
Sua passagem é rápida, como se olhasse por pura distração.
Quem olha em minha direção, não me vê,
A fresta mostra parte de mim,
Apenas um pouco do que sou,
E como tudo que se mostra pela metade,
É difícil de encher os olhos,
Fica sem corpo, definição.
Mas se tudo tem dois lados,
Como me mostro do outro lado da janela?
Inteira! E submersa no oficio,
Os ponteiros do relógio ditam o meu ritmo,
Emaranhado de papeis, com informações que não me regem.
Olhares que me fitam inteira,
Mas não necessariamente entregue ao prazer do que exerço,
Então concluo...
Sou mais inteira sendo vista por uma fresta,
Onde lá fora vejo o mundo que me espera,
Do que do outro lado da janela,
Onde que inteira me despedaço na inércia,
Do oficio que não me move.

domingo, 2 de outubro de 2011

Perfeição do Avesso...


Tem dias que temos uma grande necessidade de sermos “ponte”,
Transportar toda dor para um precipício qualquer,
Ou um mágico para da cartola sacar a solução de todos os problemas,
Ou simplesmente apontar a direção mais pertinente,
Onde tudo se finda, ocupando o devido lugar.
Ser alvo de muitos olhares tem dessas coisas,
Passamos a ter certas expectativas para atingir,
Dia após dia passamos a colocar um pouco de nós no bolso,
Escondendo quem verdadeiramente somos,
Nos anulando para agradar o olhar do outro.
E até onde isso vale a pena?
Quantas almas se perdem no percurso da aceitação?
Quantas lagrimas rolam para diminuir o peso do mundo sobre os ombros?
A falta de olhares internos causa certos desperdícios,
Olhar pra dentro é uma virtude tão nobre,
Porem tão escassa.
Quantas belezas passam despercebidas por não estarem expostas,
Ou simplesmente observadas por um olhar mais atento, mais aberto.
Gosto da sutileza das coisas que não se mostra,
Se sente, conhece, e gosta.
Do que se esconde por de trás de um olhar,
O que ainda é inabitável,
Do que não é tangível, palpável.
Os que ditam um padrão pré-determinado
Do que é bonito de admirar,
São doentes de almas incuráveis,
Ditadores de atitudes, olhares e desejos.
Assassinos de vaidade.
O que é bonito aos meus olhos,
Ninguém além de mim determina,
Padrões estabelecidos, não me agradam,
Gosto de pessoas preenchidas de alma, humanidade,
Sensibilidade.
O que é bonito por dentro transborda e enaltece a beleza de fora.
E é isso que permanece,
O que está por dentro é protegido das mesquinharias externas,
Está envolvido na prece, na essência mais nobre.
Afinal, a beleza do bordado só existe,
Graças à perfeição do avesso.