quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Kiara...



Para ser lido ao som de Ivo Pessoa – Uma Vez Mais

Minha doce Kiara,
Não consigo me conformar.
Esta doendo tanto.
Dói como fogo em brasa.
Dói apenas a metade de mim.
Porque a outra metade se foi junto com você.
Até o ultimo segundo acreditei que tudo isso não passaria de um grande susto.
Que você se levantaria, e o telefone tocaria anunciando que você estava bem.
Mas cheguei em casa, e lá estava você, deitada, sem vida.
Parte de mim também morreu ali, quando sob você chorei toda minha dor.
Lembrava de todos os momentos vividos ao seu lado.
De tudo que aprendi com você
Chorava e sussurrava em seu ouvido meus agradecimentos do tanto que me fez feliz.
O tanto que me ensinou.
E pedia desculpa, porque eu falhei com você meu anjinho de quatro patas.
Engraçado que você estava sendo treinada para defender a gente.
Sempre recebíamos elogios do seu desempenho de “boa menina”
De como estava aprendendo rápido as lições do adestrador.
Que ironia infeliz ensinar você a nos defender,
Pois quando você precisou de defesa eu me ausentei.
Você só estava com medo, e queria fugir de todo aquele barulho.
Te entendo, o medo acabou te sufocando.
Como eu queria poder ter respirado por você.
Acordado seu coração, implorado pra você ficar.
Lembrei-me de quando você era filhote.
Tão pequena e indefesa.
Nos meus braços você dormia,
Ria da sutileza da cena de você nos meus braços.
Dormindo, como um anjo que és.
Te vi novamente na mesma situação.
Indefesa, dormindo nos meus braços.
Porém chorava a sua perda, porque nunca me senti tão perdida, como me sinto agora.
Pois sei que desse sono infelizmente você não acordará.
Mas sei que Deus te recebeu de braços abertos.
Parabenizando-te pela criatura incrível que foi aqui na terra.
O céu está em festa com um novo anjo que acaba de chegar.
Aqui todos choram, a dor é muita.
O que fazer com o espaço que ficou em nossa casa e em nossos corações?
Só o tempo amenizará.
Mas meu amor sempre será seu minha doce Kiara.
Meu amor, minha admiração, meus agradecimentos.
Voa meu anjo, voa para céu e olhe por nós, podres aprendizes do seu amor.
Lá você pode brincar, pular,e correr.
O que me acalma um pouco é saber que onde você está toda dor se acabou.
Espero que todo amor que sinto e que não lhe disse em vida chegue até você de alguma forma. 
Anjo, meu tão amado anjo.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Perdida em mim, em você em nós...




Com licença.
Faz tanto tempo que não apareço.
Que fico sem jeito de entrar sem antes bater na porta.
Nos últimos dias andei me questionando se esse lugar realmente é meu?
É que tem tanto de você aqui.
Mas também há tanto de mim.
Estamos tão entrelaçados que me perco em mim,
Em você, em nós.
Perco-me aqui nesse infinito particular.
Mas com a consciência que só aqui eu posso me encontrar.
É que já é novembro, primavera, como de costume coloco lírios na janela.
Desafiando a me amar todos que passam por ela.
Presentes subtendidos, jamais entendidos ou entregues.
Queria poder embrulhar meu infinito particular com papel de seda,
E lhe entregar.
Mas é que estou tão perdida...
Perdida em mim, em nós.
Que me revelar só vai fazer eu me perder ainda mais.
O problema não é com você.
Também não é comigo.
Pra falar a verdade não sei nem a quem culpar.
Nem sei se há culpados.
Ando ainda mais calada.
Nem aqui ando vindo mais.
Tenho gastado meu tempo tentando corrigir minha postura.
Levantar meus ombros caídos.
Para aparentar uma falsa autoconfiança.
Cabeça erguida, coluna ereta.
Só com o meu olhar já venço uma guerra, tamanha minha convicção.
Olhando no espelho quase que acredito.
Mas se olhar bem profundamente verá.
A minha menina dos olhos encolhida, tremendo, bem no canto da retina.
Sabe de uma coisa?
Se o meu coração me ouvisse nada disso estaria acontecendo.
Essa confusão toda, esse sentimento todo.
Essa bagunça que não se finda.
E se eu me ouvisse?
Pra isso teria que falar.
Mas nem eu ando sabendo o que se passa comigo.
Por isso não me pergunte nada.
Não me peça nada, não exija nada.
Apenas me abrace como da ultima vez.
Porque sei que nos seus braços eu não me perco.
Porque eles me cabem tão bem.

domingo, 14 de outubro de 2012

Ir ao seu encontro...



Para ser lido ao som de Roberta Campos - Meu Nome é Saudade de Você ♫ 

A semana foi difícil.
Os ombros doloridos denunciam o peso do mundo sobre eles.
Passei os dias tentando fugir de mim.
Fugir das armadilhas, atalhos, buracos.
Briguei com o mundo e me peguei pensando se no final dessa semana você viria.
Sabia que mesmo sem saber se você estaria lá eu iria ao seu encontro?
Porque eu me agarro em qualquer possibilidade remota de te ver novamente.
 Assim como um naufrago que vê em algo que submerge uma possibilidade de vida.
A tal esperança de pisar em terras firmes.
Eu me agarro em cada possibilidade com sede de vida.
Porque você me mostrou a direção da minha. -minha vida-
É algo que tenho de mais firme.
Engraçado como faz tanto tempo que não te vejo
Um ano, parece muito, mas se pararmos pra pensar
E ver que a terra deu apenas uma volta em torno do sol.
Passa a falsa impressão que 365 dias é tão pouco.
Rio do meu otimismo enquanto sinto inveja do sol.
Aquele que pelas manhãs te aquece enquanto faz sua caminhada matinal.
Sei que isso é um tanto quanto démodé, clichê.
Mas o que há de se fazer, sol desperta vida, o que me remete a você.
Pois bem, fui ao seu encontro e me deparei com sua ausência.
Já era previsto, mas meu olhar teimoso te procurou por todos os lados.
Engraçado a nossa diferença, te procuro mais não acho,
Se um dia você me procurar, pra me encontrar, basta olhar para o lado.
Achei que o fato de não te encontrar iria doer.
A saudade deu sinais, mas acredito que minha fé no futuro acalmou meu coração.
No final da semana não tive você, mas tive uma ótima noticia.
Que valeu pela sua ausência e pela semana difícil que passei.

domingo, 23 de setembro de 2012

Meio Termo...


Cheguei, abri a porta.
Te coloquei contra parece e bradei:
 Me ame ou me odeie.
Mas não me ignore.
Odeio meios termos.
Essa coisa morna de não saber em qual dos extremos eu me adéquo mais.
E não espere que eu sente no meio fio a espera de suas respostas.
Porque volto a repetir, não gosto de meio termo.
Ou fico no meio da rua, eu permaneço na calçada.
Mande - me para o céu ou para o inferno.
Não me mande para o purgatório achando que minha loucura tem conserto,
Pois lhe adianto que não tem.
Ou sou insana ou santa.
Um mix das duas coisas é improvável.
Até mesmo porque eu não te amei pela metade.
Te amei com toda capacidade que meu coração dispunha.
O oposto disso seria te odiar.
E isso também é totalmente improvável.
Por tanto meu bem, continuarei te amando.
Só me diga o que você pode me oferecer.
O que devo esperar de você.
Porque essa excentricidade de morde e assopra já ficou um tanto quanto previsível.

Sentimento...


Você chegou, e eu estava cantando justamente a música que fiz pra você.
Deu aquele frio na espinha, como se em quatro minutos tinha desvendado a você todos os meus segredos.
Você me olhava como se já soubesse de tudo.
Ao mesmo tempo sorria como se não soubesse de nada.
Pelo visto fui discreta o suficiente para não deixar transparecer todo sentimento.
Se ao menos você fosse um pouco cabalístico com certeza saberia.
Sorte a minha você não ser.
Certas verdades é bom serem vistas com olhar de distanciamento,
Para evitar certos julgamentos.
Julgamentos precipitados esses.
Porque pra me entender você teria que me ouvir.
E tenho tanto a dizer.
Acho que em apenas uma vida não daria pra explicar.
E você não acredita em outras vidas além dessa.
E o que fazer com a transcendência de nossas diferenças?
Declaro-me pra você que por sua vez ri.
Mas fiquei feliz, escrevi versos que finalmente chegaram até você.
Era esse o objetivo, porque reciprocidade não é algo que me apetece.
Se bem que às vezes me pego pensando como seria minha vida
Se você tivesse dito sim pra mim.
Penso em toda eloquência de como uma palavra,
E três letras podem mudar todo percurso de uma vida.
Todo rumo de uma historia.
Pensamento tão real que às vezes chego ter a sensação que já tivemos uma historia.
Talvez sim, em outra vida.
Mas sua descrença me faz voltar para realidade.
Me faz escrever versos musicados pra você ouvir por descuido depois.
E sorri.
E me fazer sorrir também.
Despertando o que há de mais sagrado em mim:
O sentimento.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Vida Segue...



E assim a vida segue.
A gente nasce, chora, cresce, traça expectativas para um futuro.
Quisera eu ter olhado o prefácio da minha história antes mesmo de nascer.
Tudo me parece tão familiar e estranho ao mesmo tempo.
Você desaparece e reaparece com a mesma facilidade que abre a minha porta e entra em minha casa sem permissão.
Quisera eu saber em que capítulo você entra na minha historia.
E a vida segue, ela não para.
Se pararmos de nadar a gente afunda.
Se pararmos de correr os medos nos alcança.
Se eu parar de te procurar você me esquece?
E vamos nos adequando em nossas realidades.
O brinquedo que tanto sonhei na infância foi substituído por um giz
Desenho meus sonhos nas calçadas, algumas pessoas pisam e nem olham.
O livro que tanto gosto, não teve o final que eu esperava.
As palavras ensaiadas não foram ditas, mas sim camufladas.
O amor que sonhei em passar ao lado foi substituído pela mesmice morna de um olhar correspondido.
E sobra espaço, o que fazer com o vazio jamais preenchido?
Moldado de forma exata que te caiba.
Tudo que eu amo se despede sem me dar um beijo na face.
Tudo que eu gosto é envelopado com o que a vida me impõe,
E eu só faço polir as arestas.
Porque a vida segue, ela não para.
E nado incansavelmente para que a onda que bate não me leve.
Demorei tanto a dar a primeira braçada.
Me joguei no mar sem saber nadar,
E a vida nem parou para me ensinar.
Escrevo cartas e coloco em garrafas.
Sem destinatário revelado.
Segredos escritos a giz na calçada que a chuva apagou.
Xifópagos de querer e poder.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O mundo é seu, mas se cuida...





Sempre foi assim.
Aparece me encanta e depois vai embora.
Tudo que eu amo vai embora no final.
Talvez seja esse o grande problema.
Não percebo quando esse tal final se aproxima.
Ele era tão pequeno, tinha tanto medo do mundo e também da gente.
Pensava se eu o envolvesse bem forte nos meus braços
Talvez o convencesse de nunca ir embora.
E assim eu fazia, o abraçava bem forte,
Ao ponto de ouvir a vibração daquele “Rom Rom” no meu peito.
Depois o suspendia de tal forma que ficasse na altura dos meus olhos.
E eu olhava de forma profunda aqueles lindos olhos verdes.
E repetia esse ritual inúmeras vezes.
Dizem que toda coisa linda, quando vista de perto mostra algum defeito.
Com ele não, ele era perfeito visto de qualquer ponto de vista.
Se eu soubesse que ontem era o seu ultimo dia com a gente,
Eu teria te abraçado mais forte, talvez não tivesse te largado até hoje.
Desculpa Mi, não pude te proteger do mundo,
Talvez tenha duvidado que você, com essa patinha tão pequena,
Não conseguisse abraça-lo por completo.
Ou talvez o território de segurança que estipulei pra você era pouco demais.
É difícil aceitar que você é do mundo e não meu.
Deus apenas nos presenteou por um tempo com a sua luz.
Cada barulho é uma esperança que você esteja voltando.
Sim, ainda espero te ver novamente.
Chamarei por você todos os dias.
E se você voltar, as portas ainda estarão abertas.
Enquanto isso rezo para que os anjos te pretejam de todo mal.
E que todo meu amor chegue até você de alguma forma.
Então receba Mi, o mundo é seu, mas se cuida.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Quando fecha os olhos pra cantar...





Estava guardando o violão no estojo quando ela se aproximou e disse:
­ ­
_Acho tão lindo quando você fecha os olhos pra cantar, porque não os fechou dessa vez?

Ainda de costas respondi:

_ Tive medo.

Ela rebateu:

_Medo?

Parei o que estava fazendo, sentei na beirada do palco, ela estava sentada na mesa em minha frente, estávamos com os olhos na mesma altura e disse:

_Sim, tive medo. Medo de te perder de vista como das tantas outras vezes. Você me observava me presenteava com tanta atenção, seria um desperdício fechar os olhos e não ver isso.
Sendo que todas as outras vezes que fechava os olhos era pra olhar pra dentro, consequentemente olhar pra você.
Talvez seja por isso que você acha bonito quando fecho os olhos pra cantar,
Pois os fecho para ir de encontro com a minha melhor parte, para ir de encontro a você,  para cantar pra você.

Ela me olhava com espanto, me ouvia atentamente, mas sem mover um músculo sequer.
Sabia do que eu sentia, como também já havia dito que só tinha a sua amizade para me oferecer, a aliança em seu dedo era reluzente, e o espanto era porque a tempos não deixava transparecer esse sentimento.  E me disse:

_Você está dificultando as coisas, você me chamou e eu vim, mas como amiga que sou.
O que houve pra você voltar nesse assunto?

_Quem dificultou as coisas foi você. Seria tudo mais doce se você aceitasse tudo que de fato eu disponho, sabe que eu preciso só de um “SIM” pra largar tudo onde eu estiver e ir ao seu encontro, tenho uma porção de coisas guardadas pra te dar, todas pra você e de mais ninguém até as minhas canções. Entendo que você dispõe da amizade pra me dar, e respeito e entendo, mas é que às vezes essa represa de sentimentos transborda e não consigo deter, não estou pedindo pra você ficar, por mais que eu queira. Só peço que entenda a profundidade de afeto que te olho e não peça pra tirar esse jeito bonito que você habita em mim porque eu não quero e não posso.
_Me dói te ver me amando assim, gosto de você da maneira que eu posso que não é da intensidade que você precisa. Já conversamos sobre isso e repetir só vai te machucar ainda mais. Vou indo...
_  Pelo visto vou te perder de vista sem ao menos fechar os olhos.
Ela me abraça, me dá um beijo no rosto e diz ao meu ouvido:
_Gosto de você de forma especial como você, só vou sumir por essa noite,
Te prometi minha amizade pra te dar o meu abraço e ajudar curar suas feridas da maneira que posso. E também  acho lindo quando você canta com os olhos abertos.
E assim ela partiu mais uma vez naquela noite.

No bolso...



Que o inesperado me surpreenda.
As horas se arrastam,
E eu ando pelas ruas a espera de ser abduzida por um disco voador.
A cada esquina tropeço em um dos meus complexos.
Eu já não caibo mais em mim.
Não pertenço a essa cidade.
Não pertenço mais a mim.
Esse sentimento de desapropriação que me aflige.
Sensação de que faço tudo errado.
Talvez seja isso, eu faço tudo errado.
E essa sessão de erros começou quando gostei de alguém
Da qual sou mera conhecida.
Às vezes desejava ser o cavalete que apoia sua tela.
Do que ser uma desconhecida.
Lamentável não é mesmo?
Mas isso é apenas um dos meus tantos erros.
Depois desse, vieram outros tantos do qual venho me lamentando até hoje.
Mas esse sentimento de desapropriação, o que fazer?
Parece que o mundo me colocou no bolso.
Espero que ele me tire por meio de um descuido qualquer.

sábado, 25 de agosto de 2012

Na calçada de mim mesma...



Para ser lido ao som de Elisa -  Gli Ostacoli del Cuore ♫

Queria ter sempre as palavras certas para falar com você.
Tudo é de uma complexidade que vai além do som propagado pela movimentação dos lábios.
Nada é o que parece ser.
E isso é apenas a ponta do iceberg.
E sobre todas as coisas incompreensíveis que passo o dia tentando entender.
Paira apenas uma verdade:
Tudo que há de bonito que guardo cuidadosamente no meu coração.
Coisas essas que estão prontas para lhe serem oferecidas.
Embrulhadas com papel de seda, cheirando a lírios,
Com dedicatória em aquarela.
Se eu ao menos soubesse dizer sobre tudo que se passa.
Conseguiria talvez deter esse dilúvio interno.
Mas existem infinitas coisas que você não sabe sobre mim.
E outras milhares que você sequer deve saber.
Mais centenas que nem entenderia se soubesse.
E se um dia, por descuido, você vier a descobrir pequena parte dessa nuvem de mistério.
Não acreditaria em sua veracidade, tamanho absurdo que é tudo isso.
Meus joelhos e costas doem sabia?
Dói do peso que é carregar tudo isso.
Que apesar de bonito machuca.
Meu analgésico?
Infinitas doses de você pode ser?
Sabe, por anos imaginei uma historia bonita para nós.
Historia essa que nem Shakespeare ousou criar.
Devido aos acontecimentos, do acaso, destino ou conveniência,
Vim diminuindo as expectativas dessa historia.
Hoje almejo menos que a terça parte de tudo que sonhei.
E às vezes temo não conseguir alcançar esse pouco que restou.
Mas a única coisa que me resta fazer é tentar,
E assim sigo, tentando.
Porque o destino foi irônico comigo
Fazendo seu rosto se encaixar tão perfeitamente com o meu gosto.
Sendo que nossos caminhos não seguem com a mesma sincronia.
Você aparece, desaparece, reaparece.
Eu me encontro, me perco e torno acertar o passo.
Mas um dia encontro a palavra certa,
Para ir até você, bater em sua porta e dizer:
_Devolva minha bussola para que finalmente consiga achar minha direção sozinha.
Meus pés estão gastos de tanto se perder, porque teus passos de tão suaves não deixam rastros, como irei te seguir?
Apesar de que minha vontade será de te segurar pelas mãos e dizer:
_Cheguei até aqui, e você não imagina o quanto me perdi, larga essa bussola, mapa,
Orientação para que eu possa te mostrar tantas coisas bonitas que encontrei nos meus caminhos errados.  Não é esse o combinado? Compartilhar com você tudo de bonito que encontro pelo caminho?
Não sei o desfecho dessa historia,e continuo sem saber que palavras usar.
Estou andando por um dos meus caminhos errados.
Rodeada de coisas belas, mas que admiro sozinha.
Compartilho com você, que por sua vez admira na companhia de outros olhos.
Sento na calçada de mim mesma, pra descansar os joelhos e costas que doem pelo peso dessa historia.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desafio Aceito...

Se eu te falar das coisas do meu coração
Talvez você não fosse entender
Há um abismo entre a razão e o meu querer .
Mas você me cabe tão bem.
E isso é tão fácil de perceber.
Busco o impossível pra te dar.
Na espera de um dia poder lhe entregar.
Ao som de Milton acompanhado com lírios.
Intercalados com Blues e Jazz.
Naturalmente seria tudo muito lindo.
E se não fosse, iria atrás da beleza que te encante.
Faço tudo para alegrar seu olhar.
E às vezes consigo.
Alegro-me por isso.
Mas não descanso.
Nem me iludo.
Mas também não mudo.
Porque entre as infinitas possibilidades
Impostas a mim.
Você é a mais doce,
Encantadora.
Lembra-me Monet, Blues e Jazz.
Rima rara, Fernando Pessoa.
Cheira a Lírios.
Riso fácil.
Meu desafio aceito.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pós Amor...



Ela tinha decidido tomar as redias das suas emoções
Decidiu esquecer quem por tantos anos, tanto amou.
Abriu a porta do apartamento.
Como quem abre as portas para ir de encontro com a liberdade.
Ficou por alguns segundos totalmente parada.
Sem dar um passo, inércia!
Estava se acostumando com a ideia
De entrar e se deparar com a solidão do apartamento vazio.
Ao invés da organização preenchida com a companhia desejada que tanto desorganizou.
Deu o primeiro passo após respirar fundo
Com a mesma inquietude de quem parte com vontade de ficar.
Com a mesma incerteza de quem se rende ao abismo.
E de fato era um abismo.
O abismo da sala fazia.
O carpete ainda guardava os antigos passos.
Os quadros a encaravam como se perguntassem:
O que houve com a outra sombra?
Ela apenas ouvia, não tinha o que dizer.
Como também não tinha ninguém para ouvir.
Na verdade nada havia sido falado.
Era apenas devaneios de pós-amor.

"Noite Estrelada..."

Van Gogh quando pintou as suas “giraluas”
Deveria saber os encantos escondidos pela noite.
Os tais versos cantados por trovadores
Representado por cada anos luz.
E cada estrela cadente são versos sendo entregues aos destinatários.
No seu quintal verá milhões delas.
Versos feitos por mim.
Entregues por estrelas.
Pintadas por Van Gogh.
Escondidos pela noite.
Em todos os versos garimpo noites pra te encantar.
E Van Gogh soube bem retratar.
Quando o sol veio a se por.
E eu te vi pela primeira vez.
Vi mil luas girando por mim.
Foi tão lindo.
Pena que você desviou olhar.
O que me faz querer sentar em uma sacada de janelas velhas.
Porque janelas velhas é sinal de olhares cansados.
E isso me encanta tanto.
E contar sobre tudo que aconteceu naquele dia.
Sobre tudo que me trouxe até aqui.
Sobre o que me fez ser o que eu sou.
Mas isso apenas entre um silêncio e outro,
Entre uma falta de assunto.
Enquanto apenas nossos olhares se cruzam
No mais, você me conta sobre seus dias,
Suas historias.
Sobre o seu tempo de meninice
Fale-me sobre você, meu assunto preferido.
Ajuda-me entender melhor sobre Van Gogh.
E toda arte que alegra as retinas.
Que eu realmente confesso que “Noite Estrelada”
Retrata quando eu te conheci.
Você não vai acreditar, e vai sorrir.
A vida toda valeu pelo seu sorriso.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Roda Gigante...



São 00h40 e vou ter no mínimo 5 horas de sono.
Mas até agora nem sinal dele.
Talvez essa seja mais uma noite que passo em claro.
Excesso de pensamentos me causa uma inquietude tremenda.
E essa já é a quinta pagina que descarto por não saber verbalizar sentimentos.
Por que a sua inconstância me confunde mais que os meus próprios questionamentos confusos e controversos.
Nos últimos dias tenho tido você com mais frequência,
O que me alegra, me faz um bem inimaginável.
E todas as vezes que vejo sua preocupação em ser um ser humano bom ao próximo,
Tenho vontade de lhe dizer o tanto que você tem me curado sem perceber.
Mas talvez isso deixaria transparecer um sentimento que a tempos venho ocultando.
Na hora certa talvez você fique sabendo.
Ou talvez, nem se fará necessário.
Mas é que ao mesmo tempo em que sua presença é constante.
Sou tomada por sua ausência, na qual me fere de tal forma que nem sei dizer.
Ai choro, alugo ouvidos alheios e sou consolada por Cecília Meireles,
E antes mesmo de terminar um verso, você aparece,
Pondo por terra todo meu sofrimento passional visceral precipitado.
Ai eu olho pra trás, e vejo os avanços.
Porque até outrora não era detentora nem ao menos dessas inconstâncias.
Lidava com a sua ausência definitiva.
E acredito que por isso tenho tanto medo que ela retorne.
Mas ai me deparo com o meu egoísmo em querer ter sua atenção sempre,
Todos os momentos, em todo correr da minha hora.
Venho tentando ocupar o meu tempo o máximo que posso,Pra amenizar essa dependência emocional.
Inútil, mesmo que preenchesse às 24h ainda sim arrumaria tempo para os meus devaneios passionais.
Você aparece, some, e fala comigo.
E eu vou indo nessa roda gigante sentimental.
Fazendo de tudo para ter sua atenção
E me deparando com a frustração de não tê-la, mesmo fazendo por onde.
E me culpando por uma possível falha, um possível erro.
Uma falta de coragem no passado.
Uma possível chance no futuro.
O que interessa é que já são 01h02 da manhã
E algumas horas atrás você falou comigo.
Ou seja, estou no topo da roda gigante
Naqueles momentos que ela para e apreciarmos o horizonte.  
Onde eu encontro toda calmaria que meu corpo precisa pra poder dormir.
Obrigada por mais uma vez ser o motivo do meu sorrir.
Mesmo sem eu saber até quando.
Mas isso não importa agora, afinal quem no topo da roda gigante.
Vai pensar na morbidez constante de um carrossel.

domingo, 29 de julho de 2012

Processo ilusório de desapego sentimental...

sábado, 21 de julho de 2012

Je Veux...

Para ser lido ao som de Zaz - Je Veux ♫

Me ensina sentar na sala de espera,
E aguardar minha vez folheando uma revista com toda calmaria necessária?
Como um rio que corre para mar, devagar, calmo e leve.
Foi assim, como quem espera alguém amado no altar.
Eu te esperei, com o mesmo brilho no olhar.
Com o mesmo calor gélido, tremor nas mãos.
Como uma mãe que aguarda a chegada de um filho,
Eu te esperei, com todo amor, e ansiedade.
Como quem espera alguém que retornará da guerra.
Eu te esperei com a mesma aflição e angustia.
Como uma criança que na noite de natal,
Luta contra o sono para a chegada do papai Noel.
Eu te esperei com a mesma disposição, expectativa e fantasia.
Você havia prometido me ligar.
E eu esperei... Como sempre.
Como tudo que se refere a você.
Je Veux  era o meu mantra.
Mentalizava, sussurrava.
E eu queria tanto, precisava tanto ouvir a sua voz naquele dia.
Quatro dias depois iria ser um dia muito importante pra mim,
E eu queria te contar.
Queria te contar que nas entrelinhas eu cantei pra você.
Cantei os versos dedicados e a sua falta.
Só faltava você.
E eu esperei por você um dia inteiro,
E a expectativa do dia seguinte também.
Celular em uma mão e coração na outra.
E você não ligou.
E não precisa se justificar.
Eu mesma me carreguei disso, quando atendia cada ligação que não era você.
Eu já me consolava com uma possibilidade de um fato que ocasionou o seu silêncio.
É... bem vindo a minha realidade.
De esperas e mais esperas.
E foi assim, acredito que foi como alguém que espera a pessoa amada,
Para ser a abandonada no altar.
Como a mãe que aguarda a chegada de um filho,
E depois constata o alarme falso.
Como quem espera alguém que retornará da guerra,
E descobre que esse alguém não voltará.
Como a criança que aguarda a chegada do papei Noel,
E acaba sendo vencida pelo sono sem ver o bom velhinho.
Todos tomados pela falta daquilo que tanto esperava.
A recompensa da espera que não veio.
A frustração de não ter aquilo que se quer é que dói na garganta.
Coração em uma mão e a dor na outra.
A dor coloca no bolso, coração no peito.
E espera, o tempo cala o que estiver doendo.