quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sushizinho, nosso eterno anjinho...


Coração vazio é pior que casa vazia,
Dentro de nós fica uma imensidão preenchida de nada que invade
A casa, a sala, o quarto.
E o que fazer?
E o que fazer agora?
Essa pergunta é dita em tom de desespero,
Mendigamos essa resposta,
Como se fosse acalmar os corações.
E não vai acalmar, nada vai amenizar a dor porque você não está mais aqui.
Você se foi “meu menininho”, meu “princeso”
“petin”, “Sushizinho” ou simplesmente “SUSHI”
Como costumávamos chamar.
E o que mais dói é que não importa a forma que vamos chamar agora,
Não adianta gritar qualquer um desses nomes que você não virá.
Só virá a saudade, a lembrança, o amor e os aprendizados que você deixou pela casa.
Sushizinho tem lembranças suas por toda parte,
Não há um lugar que eu olhe e não veja indícios de sua passagem por ali.
Sei que onde você está agora, junto aos anjos, é bem melhor do que aqui.
Mas nossos corações egoístas queriam te ter por perto.
Como sempre foi nesses sete anos muito bem comemorados.
Os melhores sete anos de nossas  vidas.
Sete anos de amor,
Fidelidade, cumplicidade, brincadeiras e risos.
Quantas vezes você nos defendeu de qualquer possibilidade de perigo, risco.
Percebia quando estávamos tristes.
Nem ouso dizer que você parecia um ser humano,
Porque Sushizinho, você era muito mais humano que muita gente que eu conheço.
Você era um cachorrinho amado e incrível.
Quantas vezes você veio correndo de onde estava não importava a distancia,
Bastava o som esta ao alcance da sua audição,
Quando eu começava a tocar, você vinha, sentava aos meus pés e ficava me olhando.
Tinha suas músicas preferidas, ouvia as que você queria e depois ia embora,
Sem nenhuma cerimônia, coisas que só grandes e íntimos amigos fazem.
Sinto que você era mais do que um membro da família Sushizinho,
Você era parte de nós, estamos incompletos novamente.
São tantas lembranças, lindas lembranças... Impossível listar agora.
Agora quem eu vou pegar no colo para sair nas fotos de família?
Quem vai me esperar com toda euforia ao chegar?
Quem vai nos ensinar uma forma mágica e única de amar?
Quem vai nos olhar com toda doçura?
 Quem vai me ensinar a “Filosofia da ultima chance”?
Só você Sushizinho, você é único,
Mas você se foi, e agora?
O que será daqui pra frente?
Meros dias preenchido da sua imensa saudade insubstituível.
A casa está vazia, pior, nossos corações estão vazios.
Mas sei que um dia iremos nos encontrar e lhe darei aquele abraço...
Que de tão apertado você chegava a rosnar, lembra?
Peço que Deus sussurre em seu ouvido esse recado,
Para que você sinta cada vez mais o tanto que foi importante para nós.
O tanto que ainda é amado por nós e sempre será lembrando com muito amor e carinho.
Vai com Deus meu anjinho,
Descanse em paz.
Obrigada por tudo.

Te amamos.

sábado, 30 de novembro de 2013

Fotografia...


Já roubei tantas fotos suas.
Mas o que na verdade eu queria mesmo era te fotografar.
Registrar meu olhar em sua direção seria adorável.
Queria te fotografar naqueles dias nublados
Aonde a saudade chegar ser cinza.
Um fim de tarde chuvoso
Onde as gotas percorrem seu corpo.
Ou até mesmo quando você está pintando
E ali, envolta a sua arte, nem nota.
Queria captar sua distração.
Sua atenção.
Sua raiva.
Quero te fotografar até quando estiver triste.
Quando estiver acompanhada.
E até fajutamente sozinha.
Quero fotografar sua risada.
O cair de uma única lagrima,
Quero interferir a ponto de não deixar a segunda cair.
Quero te fotografar ao acordar.
Ao dormir e se possível ao sonhar.
Queria te fotografar enquanto você ouve jazz.
Enquanto fecha os olhos.
Peço licença a suas pálpebras para fotografar suas retinas.
O roçar dos cílios.
A explosão dos poros.
O ranger dos dentes
O vibrar das suas cordas vocais,
Quem sabe entendo o encanto dessa voz levemente rouca e grave.
Queria fotografar seus pensamentos,
Seus delírios, seus medos.
Queria fotografar seus lábios sussurrando um segredo.
Queria fotografar sua boca pronunciando meu nome.
Queria te fotografar enquanto dança.
Enquanto descansa, enquanto corre.
Revelar suas fotos seria revelar um pouco de você.
Espalha-las pela casa, e ter você por toda parte.
E finalmente um ultimo pedido.

Permita-me tirar uma foto enquanto ler essas palavras?

domingo, 17 de novembro de 2013

Passos de Tango...

Não vou mentir dizendo que não iria se você me chamasse.
Porque atenderia caso você me chamasse agora,
As 3h34 da manhã de um domingo.
Basta um sinal, grito ou sussurro,
Que no segundo seguinte estaria ai, na sua porta.
As pessoas estão se perdendo cada vez mais por coisas tão banais.
Satisfações imediatas.
E isso tem me doido bastante.
Não traio meu caráter, o que me faz andar na contra mão desse mundo maluco.
E você também é assim, e isso é o que nos faz tão iguais.
Você foi à única pessoa que amei
E que até hoje não me arrependo de ter dedicado meus versos.
Não é a toa que só escrevo pra você.
E só vou escrever pra você, tudo bem?
Me permite essa dança?
E assim fugimos em passos de tango.
E aos chegarmos ao nosso refugio
Regressamos sobre as Bachianas de Villa Lobos.
Mas me fala o que você tem feito?
Quais têm sido seus planos?
Onde a vida apertou e fez doer nesses últimos meses?
 Me sussurra algum segredo?
Um por cada Bachiana.
Deixa que o nono eu adivinho.
Seria tão feliz se você me chamasse.
Experimenta gritar meu nome
Para ver a velocidade dos meus passos indo ao seu encontro.
Iria correndo e rindo feito criança.
Ah se eu soubesse dançar tango
Pra te convidar para dançar
E no primeiro piscar de olhos  fugir com você.
FUGIR seria ótimo agora, nessa madrugada, essa hora,
Ninguém iria sentir nossa falta.
Dadas às circunstancias Villa Lobos não iria nos negar pelo menos uma Bachiana

Para  disfarçar seus sussurros em meio aos nossos segredos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quando eu MERGULHEI...



Era apenas uma noite que me trancava mais uma vez no quarto.
Tinha uma sinfonia dentro de mim, mas que era obrigada se calar
Pois em minha volta não é permitido ruídos ao cair da tarde.
Ausência de luz, se cale, essa é a lei que era imposta a mim,
E obedecia como se não houvesse outra solução.
Transformei o silencio em sussurro e peguei meu violão,
E corri para nosso refugio imaginário.
E desse casamento eis que nasce “Escorpião”
Letra forte de batida pesada que surgiu na contradição de um sussurro.
Essa musica me convida a mergulhar no que eu mais temo que é a “incerteza”
E ir sem medo.
Tolamente demorei a seguir o conselho de minha criação.
Fiz o mesmo que faziam comigo, prendi nas pautas do caderno,
E no corpo do violão, naquele quarto.
 Não a deixava essa canção ir muito longe.
Até que abro a porta e eis que me escapa os tais versos musicados.
E não precisou de muito para que a fuga fosse tão grandiosa.
Precisou apenas de uma voz que cansou de se calar,
Mãos calejadas,
Violão, meu velho amigo,
Um sonho,
Uma pessoa que acredita nesse sonho incondicionalmente,
E eu com “Escorpião” me pedindo para acreditar nele uma vez mais.
E acreditei e ele não me decepcionou.
Como uma mãe que permite que o filho saia de casa pela primeira vez sozinho,
Soltei “Escorpião” ao mundo,
E como toda mãe fiquei em casa rezando.
Deus nos deu esse voto de confiança,
Acampou teus anjos ao meu redor, tudo isso foi muito claro pra mim.
E fazemos uma corrente, e Deus apareceu para mim por muitas vezes – Ganhei um pai -.
Dia 22+10+2013= 11 como não poderia ser diferente, meu filho volta, com boas noticias.
Abri as portas para que ele saísse de casa e ganhasse a liberdade que não tenho,
Ele volta, para abrir as portas do meu verdadeiro oficio por definitivo.
O endereço?
Santa Tereza, Praça duque de Caxias.
Lugar mágico e de muita importância pra mim.
Depois, tudo foi muito decisivo.
Lá minha fé foi testada, e minha  vontade de seguir nesse “caminho que vai dar ao sol” também.
E acho que fui aprovada.
Provei da mesquinharia do homem que canta sobre sonhos,
Mas não se importa caso tenha que pisar em um.
Mas eis que a fé sustentou o que parecia estar perdido.
Entendi a analogia do “Rouxinol”
  
Quando a música ia
E quase eu fiquei
Quando a vida chorava
Mais que eu gritei...
...Rouxinol me ensinou
Que é só não temer
Cantou
Se hospedou em mim”

E fui, após soar novamente os tais sinos imaginários,
Aquele que sinaliza o alinhamento de astros,
Ou quando a risada de Deus é tão grande
Que faz balançar o “sino dos ventos”
Aqueles posicionados estrategicamente na janela do paraíso.
Não muito longe de onde eu estava. No palco.
Centenas de pessoas estavam ali, na minha frente,
Não sei definir o que senti, estava anestesiada.
Minha voz errante talvez diga mais do que eu naquele momento.
Medo, alegria, certeza que ali realmente era meu lugar.
Vi minha família, amigos, que muitas vezes acreditaram mais em mim do que eu mesma.
Pessoas que me acalmaram, rezaram por mim, torceram, cantaram, estavam junto comigo,
Senti a presença até de quem estava distante.
Tudo foi de fundamental importância e agradeço muito por esses anjos na minha vida.
E cantei com meu violão notas de “Escorpião” para aquela multidão.
Na ultima nota, no ultimo agradecimento, no ultimo sorriso,
O Rouxinol sentou em meu ombro e fez morada em mim e o ninho no meu violão,
Tem noites que dorme ao som de “Escorpião” e só acorda com os tais sinos imaginários,
Das gargalhadas de Deus, pois tenho me permitido ouvi-lo cada vez mais.
Amém.

sábado, 17 de agosto de 2013

Medos Tolos...



Não adianta esconder de mim.
Não adianta esconder até mesmo de você, 
Que ainda jura desconhecer.
Mas essa saudade incontrolável sempre há de voltar.
E ei de recorrer aos antigos e solidários versos,
Que cá entre nós estão um tanto quanto abandonados.
Não que a falta tenha sido menos constante,
Lhe adianto que as vezes chega ser cortante.
E o sangue escreve versos pela sala que teimo em calar.
Limpo tudo e ainda sorrio, coloco flores no lugar.
Mas o cheiro de Lirio me mata ainda mais.
Lirio me remete tanto a você.
Mas disfarço, e  novamente me calo, 
Para me render logo em seguida como estou fazendo agora.
O rio corre e não há barreira que o segure.
Carrego aqui comigo meus medos tolos.
E eu tenho tanto medo.
Tem noites que chego a suplicar por teu colo,
Por uma palavra, um olhar.
Qualquer vestígio , sinal, que seja uma pétala de você já me satisfaz.
Mas assim como o rio, não há barreira que me segure.
De um jeito mesmo que errado, eu sigo.
Vou escrevendo minhas paginas, com você nas entrelinhas.
Você é o meu capitulo principal e mais interessante.
Meu segredo.
As palavras que sussurro.
Meus versos cantados, gritados jamais serão ligados diretamente a você.
És a verdade que não está pronta para ser ouvida.
Mas se um dia me questionar, juro que confesso.
Será que haverá punição para tanta beleza?
Não digo apenas da sua beleza desconcertante 
Que tanto imploro por um olhar,
Que ao ganhar desvio, motivo qual que nem sei.
Estranhezas por amar demais.

domingo, 14 de julho de 2013

Fuga...


Não se preocupe,
Você sempre será meu lindo segredo.
Talvez deixe escapar algo.
Mas lhe protegerei usando a terceira pessoa.
Ninguém ira desconfiar.
Fiz pacto de silêncio com os meus velhos amigos.
Nem em pensamento, nenhum suspiro.
Não irei balbuciar seu nome.
Não irei pegar teu retrato de madrugada,
Tentativas inúmeras de não esquecer seu rosto.
Não andarei na sua calçada, com medo de me perder ainda mais.
Não vou passar na sua porta, por medo de não resistir e olhar,
Bater, e sair em disparada logo em seguida.
O que há de se fazer?
Sebastian Bach me induz a fuga.
Sem forças para contrariar, eu fujo.
Fujo de você.
Mas pra isso teria que fugir de mim.
E acho tão covarde isso.
E todas as minhas válvulas de escape me remete a você.
Se canto, choro.
Se escrevo, o barulho do lápis deslizando no papel conta segredos que prometi nunca contar.
Dão sons a palavras que nunca pronunciei.
E como fugir, quando o que mais quer é ficar?
Olho para o lado, não te vejo, e logo em seguida me pergunto:
Ficar pra que?
Mas fugir também pra onde?
Minha fuga não tem destino.
E não há perspectivas na minha permanência.

domingo, 28 de abril de 2013

Sinfonia em Silêncio...


Fiz vigília à noite inteira
Que se estendeu pela madrugada
A espera de estrelas cadentes.
Você disse que haveria milhares delas.
Acredita nessas coisas?
Dizem que pedidos feitos para astros nunca falham.
Era essa minha esperança.
Iria pedir por mim, por nós.
Pedidos ensaiados, pois teria apenas 2 segundos,
Para mencionar desejos que perdurou a vida inteira
Você que havia dito do tal acontecimento celestial
Seria talvez um sinal?
Olhava para o céu imaginando a possibilidade
De que você estaria fitando o mesmo céu que o meu
Olhando a lua assim como eu.
Mas de estrela nem vi sinal.
Ou será que não reparei.
Meu corpo ardia em febre.
Será que tudo não passou de um delírio.
Ou apenas me distrai com a lua e não vi a estrela passar.
Pedidos ensaiados entalados na garganta.
Dias depois você simplesmente desaparece.
Sem você.
Sem estrela.
Sem prece.
Sem pressa.
O que fazer?        
Inevitavelmente ouço canções que não devia.
Aquelas que me fazem lembrar de você.
Que em momentos de desequilíbrio emocional eu evito ouvir.
E ando tão instável ultimamente.
De uma aflição incontrolável.
Minhas mãos chegam estar fatigadas.
Porque nessas horas eu escrevo e penso:
Seria tão mais fácil me dirigir a você e dizer
Que eu gosto de você
Sem ter que esperar por estrelas.
Falar da forma bonita que existe em mim.
E como tem o poder de me curar sem perceber.
Falar também de todas as vezes que tive que controlar essa sinfonia.
Sim, porque amar em silêncio é ter uma sinfonia dentro de si
E não deixar escapar nenhum solo de piano sequer.
Enquanto isso Cantata 156 de Sebastian Bach está sendo sufocada dentro de mim.
Imagina ter que deter tanta beleza.
Que pecado ter que deter tanta beleza.
Ter que silenciar tal sinfonia faz sangrar as mãos dos violinistas.
A flauta fica no chão desfalecida, sem ar.
Com a partitura em branco o maestro nem ousa tentar conduzir.
Ter que abrir a boca pra sorrir, sem deixar nenhuma nota escapar.
E meu coração vai batendo como o pizzicato do violino.
Assim com pisar em falso em teus caminhos.
Tentando camuflar toda e qualquer beleza.
Abafando todo som.
Às vezes abro a janela para que por acidente a música escape e chegue até você
E quando esse dia chegar, quando minha sinfonia finalmente ecoar.
Meu bem, juro não fugir como fiz tantas outras vezes.
Porque já fui até a porta da sua casa para lhe dizer sobre tudo isso.
Mas sai correndo.
Já te liguei, mas desliguei antes mesmo de soar o primeiro toque.
Toquei seu ombro,
Mas quando olhou...
Eu apenas sorri.
Escrevi paginas e mais paginas.
Você nem correu os olhos sobre elas.
Mas agora não vou fugir.
Sinta-me
Ouça – me.
Pense na estrela que não veio.
No pedido que não foi feito.
Na Cantata não executada.
Na genialidade de Bach.
Nas mãos machucadas do violinista.
Na flauta desfalecida.
Meu coração que em pizzicato está sem força de partir.

sábado, 13 de abril de 2013

Sonhei com você...




Essa noite você veio me visitar...
Sonhei com você.
No sonho você sorria,
Não um sorriso largo,
E sim um sorriso tímido
Como se quisesse rir, mas não se rendesse a tal vontade.
Mesmo que não me dissesse nada, o sonho já valeu pelo seu sorriso.
Mas você dizia:
“_ Sabe por quê? Porque eu te amo de forma tão intensa como suas melodias”
Nesse exato momento eu acordei.
Acordei sorrindo, e com o coração aos pulos
Ainda sobre o efeito do nervosismo de que resposta lhe daria.
Engraçado isso não é mesmo?
Passamos a vida desejando ouvir alguma coisa,
Em contra partida quando ouvimos,
Não sabemos como agir.
Já era para estar tudo previamente ensaiado.
Sempre quis ouvir, como não sabia o que responder?
A ausência de resposta pode até parecer desinteresse
Mas não, nesse caso seria excesso de interesse.
O querer demais me calou.
No meu pensar limitava-me apenas na vontade de ouvir.
Não pensava no depois.
E se ouvisse o que faria?
Não ousava imaginar.
Até mesmo porque meu depois não foi nada doce.
Logo depois de ouvi, acordei.
Pois foi apenas um sonho.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Fidelidade literária...


Perdi sem ao menos tentar.
Acho que desde o inicio sabia que eu não tinha chance.
Agora me explica então porque insisto tanto em escrever pra você?
Como se você fosse ler?
Como se os seus lábios pudessem balbuciar tais palavras.
Quero deixar claro que só escrevo pra você.
Cada verso, palavra, frase ou estrofe
Demonstra toda minha fidelidade literária.
Não sei se por fatalidade, talento ou falta de opção.
Ou se o meu dom anda entrelaçado nesses tais olhos de ressaca.
Olhos estes que ando cantando por ai.
Tenho noticias que tu ouviste.
Nada tem resposta.
Mas consigo ver beleza, uma beleza confusa.
Você é como fogo.
Que só machuca se aproximarmos demais.
O que não impede de achar bonito a sua chama.
A forma como me envolve.
Hoje me aproximei , me queimei, e está doendo.
Outrora a vida que me machucou,
Em um tempo difícil, quando meu oficio me negou.
Você foi minha cura.
Estancou meu sangue.
Me fez sorrir sem perceber,
Até hoje posso ouvir suas palavras,
Tais palavras que me fez sorrir em meio ao caos.
Me encontrei com Deus.
A contradição existente entre às vezes você me curar,
Outras vezes me machucar.
Mais vezes a primeira do que a segunda.
Um verdadeiro tango argentino.
Quisera fosse um Blues ou Jazz
Afim de te agradar.

domingo, 17 de março de 2013

Sempre no mesmo lugar...



Engraçado como os olhos tem ligação direta com o coração.
Há fatos que sabemos de cor, temos total consciência,
Mas depois de vistas machucam como se não soubéssemos de nada.
O olhar é o punhal cravado, que só dói depois de vermos o sangue jorrando.
Antes de visto, não há dor, não há magoa,
Apenas a sensação que ali existe algo diferente, porém insignificante.
Que tolice a nossa.
Na hora que vi novamente, antes fosse a primeira vez.
A foto da união de duas vidas, senti a mesma dor de outrora.
Engraçado também como não nos acostumamos com certos sentimentos.
Neste exato momento tocava Adriana Calcanhotto.
Falava de supostas ”mentiras”.
Também quis escrever nos seus muros.
Roubar no seu jogo.
Porque nada, nada ficou no lugar.
Mas nada adianta,
Essa conclusão que sempre permanece,
Nada fará você voltar, você não vai voltar.
Queria falar a sua língua.
Pois a foto permanecerá sempre no mesmo lugar.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

De onde eu vim não tem mar...



De onde eu vim não tem mar.
Não tem onde desaguar esse rio de sentimentos controversos.
Não há areia para repousar sentimentos no fim de tarde.
Para ver a dança das ondas.
Não tem como deixar pegadas em caminhos de pedras.
Sem pegadas na areia não há como me encontrar.
Perco-me sem onda, sem areia, sem mar.
Sou barco a vela sem vento.
Sou rio sem mar.
Não há porto que me acolha.
Não há cais que me segure.
Não há mar que me preencha.
Não há olhar que na areia me admire.
Não há pegadas por onde passo, não há sinais, vestígios.
Olhe mais adiante.
Ali na frente, bem no horizonte.
Está vendo aquela montanha.
Escondo-me por de trás dela.
Deságuo em rio, serra e montanha.
Caio em queda livre no véu de uma cachoeira.
Quem me admira é uma namoradeira que repousa na janela.
 Enquanto na cozinha o café esta sendo passado.
Em uma casa com varanda grande,
De gente que acolhe.
É aqui que me perco, 
É aqui que me acho.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Conto de Luiza...


Oh amada Luiza,
Você, que destes nomes a tantas poesias minhas.
Mal sabes do sentimento que por tantos anos alimentei.
Mas não pense que o silêncio foi maior que o meu amor.
O amor foi tão grande que me calou.
Joguei-me ao mar.
Só essa imensidão tem mais mistérios do que eu.
Segredos tantos que nem ousei em lhe contar.
Estava pronto para revelar todos os meus segredos.
Contar sobre tudo quando fui até a sua casa,
 Todas as verdades seriam ditas, ali, naquele momento.
Mas percebi que você não estava pronta para ouvir.
Sai sem rumo, fui ao mar, as ondas batiam nas pedras.
Já era madrugada, tarde demais para tentar me deter.
Pelo chão só deixei as minhas pegadas.
Vou mergulhar, mas não sei se vou querer voltar,
Submerso nesse mar, tudo é tão calmo.
Já não tenho controle sobre mim, a onda que bate, leva.
O que permanece?
Somente as palavras que não disse,
Do amor que não vivi.

Carta encontrada dentro de uma garrafa que foi lançada ao mar,
Até hoje não se sabe se quem a escreveu realmente se jogou ao mar,
Ou essa foi apenas uma tentativa de calar o sentimento.
Não há registro de quem escreveu muito menos quem é Luiza.
Só se sabe do amor cuja toda verdade o mar levou.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Sapatos gastos...


Eis que se renova a esperança.
Trocam-se os sapatos gastos por sandálias novas.
Pés livres, pensamentos soltos. - voltei a escrever -.
Passei um período extenso de falta de inspiração.
Ter quem te inspira por perto, e ao mesmo tempo tão longe,
Faz com que a espera que algo inacreditável aconteça,
Te leve pra mais longe.
Fez com que fechasse a represa de palavras que jorravam dentro de mim.
Não que algo inacreditável tenha acontecido,
Mas eis que a esperança se renova,
Quem sabe no próximo passo eu tropeço em você.
Ou aqueles pés que vejo enquanto caminho de cabeça baixa,
Possa um dia ser o seu.
2012 foi um ano especial,
Me livrei de alguns pesos.
Mergulhei fundo em mares que antes só admirava.
Virei marujo.
Agora é tudo novo de novo.
Vamos subir nesse enorme carrossel.
 E que coisas boas derrame sobre nós.