domingo, 28 de abril de 2013

Sinfonia em Silêncio...


Fiz vigília à noite inteira
Que se estendeu pela madrugada
A espera de estrelas cadentes.
Você disse que haveria milhares delas.
Acredita nessas coisas?
Dizem que pedidos feitos para astros nunca falham.
Era essa minha esperança.
Iria pedir por mim, por nós.
Pedidos ensaiados, pois teria apenas 2 segundos,
Para mencionar desejos que perdurou a vida inteira
Você que havia dito do tal acontecimento celestial
Seria talvez um sinal?
Olhava para o céu imaginando a possibilidade
De que você estaria fitando o mesmo céu que o meu
Olhando a lua assim como eu.
Mas de estrela nem vi sinal.
Ou será que não reparei.
Meu corpo ardia em febre.
Será que tudo não passou de um delírio.
Ou apenas me distrai com a lua e não vi a estrela passar.
Pedidos ensaiados entalados na garganta.
Dias depois você simplesmente desaparece.
Sem você.
Sem estrela.
Sem prece.
Sem pressa.
O que fazer?        
Inevitavelmente ouço canções que não devia.
Aquelas que me fazem lembrar de você.
Que em momentos de desequilíbrio emocional eu evito ouvir.
E ando tão instável ultimamente.
De uma aflição incontrolável.
Minhas mãos chegam estar fatigadas.
Porque nessas horas eu escrevo e penso:
Seria tão mais fácil me dirigir a você e dizer
Que eu gosto de você
Sem ter que esperar por estrelas.
Falar da forma bonita que existe em mim.
E como tem o poder de me curar sem perceber.
Falar também de todas as vezes que tive que controlar essa sinfonia.
Sim, porque amar em silêncio é ter uma sinfonia dentro de si
E não deixar escapar nenhum solo de piano sequer.
Enquanto isso Cantata 156 de Sebastian Bach está sendo sufocada dentro de mim.
Imagina ter que deter tanta beleza.
Que pecado ter que deter tanta beleza.
Ter que silenciar tal sinfonia faz sangrar as mãos dos violinistas.
A flauta fica no chão desfalecida, sem ar.
Com a partitura em branco o maestro nem ousa tentar conduzir.
Ter que abrir a boca pra sorrir, sem deixar nenhuma nota escapar.
E meu coração vai batendo como o pizzicato do violino.
Assim com pisar em falso em teus caminhos.
Tentando camuflar toda e qualquer beleza.
Abafando todo som.
Às vezes abro a janela para que por acidente a música escape e chegue até você
E quando esse dia chegar, quando minha sinfonia finalmente ecoar.
Meu bem, juro não fugir como fiz tantas outras vezes.
Porque já fui até a porta da sua casa para lhe dizer sobre tudo isso.
Mas sai correndo.
Já te liguei, mas desliguei antes mesmo de soar o primeiro toque.
Toquei seu ombro,
Mas quando olhou...
Eu apenas sorri.
Escrevi paginas e mais paginas.
Você nem correu os olhos sobre elas.
Mas agora não vou fugir.
Sinta-me
Ouça – me.
Pense na estrela que não veio.
No pedido que não foi feito.
Na Cantata não executada.
Na genialidade de Bach.
Nas mãos machucadas do violinista.
Na flauta desfalecida.
Meu coração que em pizzicato está sem força de partir.

sábado, 13 de abril de 2013

Sonhei com você...




Essa noite você veio me visitar...
Sonhei com você.
No sonho você sorria,
Não um sorriso largo,
E sim um sorriso tímido
Como se quisesse rir, mas não se rendesse a tal vontade.
Mesmo que não me dissesse nada, o sonho já valeu pelo seu sorriso.
Mas você dizia:
“_ Sabe por quê? Porque eu te amo de forma tão intensa como suas melodias”
Nesse exato momento eu acordei.
Acordei sorrindo, e com o coração aos pulos
Ainda sobre o efeito do nervosismo de que resposta lhe daria.
Engraçado isso não é mesmo?
Passamos a vida desejando ouvir alguma coisa,
Em contra partida quando ouvimos,
Não sabemos como agir.
Já era para estar tudo previamente ensaiado.
Sempre quis ouvir, como não sabia o que responder?
A ausência de resposta pode até parecer desinteresse
Mas não, nesse caso seria excesso de interesse.
O querer demais me calou.
No meu pensar limitava-me apenas na vontade de ouvir.
Não pensava no depois.
E se ouvisse o que faria?
Não ousava imaginar.
Até mesmo porque meu depois não foi nada doce.
Logo depois de ouvi, acordei.
Pois foi apenas um sonho.