domingo, 26 de junho de 2011

Preciso me INSPIRAR...


Preciso me inspirar,
E isso me preocupa
Porque nunca me deparei com esse dilema,
A inspiração pra mim sempre foi algo natural,
Vem a mim, mesmo sem chamar,
Quando noto já estou entregue aos seus braços.

Mas hoje acordei em um dia morno,
Totalmente sem inspiração,
Chamo, e ela não vem...
Procuro, mas não encontro,
Livros, fotos, músicas,
Veículos usados por ela,
Para chegar até a mim...
Tudo em vão, ela não veio,
Temo que seja pra sempre,

Mas sabe o que me consola?
É saber que o ‘’pra sempre’’ sempre acaba...
Alguém inspirado, uma vez disse isso,
E espero que ele esteja certo.
Consulto os últimos escritos,
A procura de indícios que tenham afastado minha amada inspiração,
E nada.
Sinto-me num deserto a procura de água,
Algo vital, que nutre o meu corpo.

Inspiração...
Como pode abandonar quem tanto te amou?
Ser abandonada pelos meus amores até aceito,
Tu sabes, lhe confidenciei isso,
A cada decepção, questionamento,
Revolta, medo....
Era a você que recorria,
Você me proporcionava prazeres,
Que ninguém poderia me dar.
Tudo era motivo para ser tomada por você.

E agora?
me deixa em uma manhã morna de domingo,
E eu fico a clamar pela tua volta...
Vem, retoma o espaço que é só seu,
E entra pela porta da frente,
Sem pedir permissão como é de costume,
Me invade,
Me toma em uma só explosão de sentimento,
Venha no sorriso de uma criança,
Nas musicas que ouço,
Na foto de um amor antigo,
No final desse verso,
Venha como quiser,
Simplesmente peço... venha
Preencha o vazio dessa folha,
Preenchendo os vazios que há em mim.
Tudo com você fica mais leve,
Mais poético.
Venha, e não pense em me deixar nem por um segundo,
Mesmo que sua ausência seja para trazer você.

sábado, 25 de junho de 2011

Tá...

Quando nasci, ela já estava ali, a me esperar.
E o mundo me foi apresentado sob a perspectiva do seu olhar.
Nove anos diferencia nosso ponto de partida,
E a vida intera pela frente de uma caminhada lado a lado.
Ela é minha irmã, companheira e amiga,
E faz jus ao posto que a ela foi delegado,
É uma companheira que acompanha,
Em todos os momentos não me lembro de ter olhado para lado,
Sem ter visto esta figura abrindo as portas da vida, para que ela seja vivida.
Abrindo as portas e abrindo os meus olhos para o mundo,
Que visto pelo seu ponto de vista se torna até mais humano.
Ela me apresentou a música, me deu meu primeiro violão,
E para pra prestar atenção quando canto.
É ela que dá as concordâncias as minhas frases,
E dá todo sentido a minha vida.
Mesmo nas nossas diferenças,
Quando eu escuto Chico e ela prefere Milton,
Eu toco violão e ela prefere percussão,
Quando eu gosto de torta e ela prefere brigadeiro,
Quando eu mato por um Big Tasty,e ela se contenta com um MC Chicken,
Mesmo em meio a tantas diferenças...
Ainda conseguimos achar espaço para sermos tão iguais,
Quando conseguimos nos fazer entender até quando faltam palavras,
Quando me entende só com o olhar,
Sabe dos meus segredos,
Conhece os meus medos,
E sei que com ela sempre posso contar,
E vice versa.
Se o amor realmente for algo divisível,
Grande parte do meu, é dela...
Meu amor, meu respeito, minha admiração,
Tudo isso a pertence,
Meu referencial, meu ponto de equilíbrio.
Mão que sempre está estendida em minha direção...
Palavra de conforto quando o mundo me diz NÃO...
Porto que recorro para rir e chorar.
Então,só me resta agradecer,
Por todos momentos vividos ao seu lado.
Meu anjo mais velho,
Me desculpe, mais vou ter que plagiar:
SÓ ENQUANTO EU REPIRAR, VOU ME LEMBRAR DE VOCÊ...
E NO MEU CORAÇÃO VOCÊ SEMPRE VAI ESTAR...
Te Amo.

E no meu coração,
você vai sempre estar,
Eu juro que o meu amor,
contigo vai seguir...
Basta fechar os olhos,
É só fechar os olhos,
Quando fechar olhos
Vou estar... Aqui...!
 (No Meu Coração Você Vai Sempre Estar - Ed Motta)

domingo, 19 de junho de 2011

Preciso me salvar...



Queria tanto me desfazer de você,
Poder me livrar do todo sentimento,
Lembrança, e efeitos que você causa em mim.
Parar de olhar a vida através de um retrovisor,
Tentando achar em que ponto do meu passado você ficou.
Parar de arquitetar planos infalíveis de encontros ocasionais,
Que no fundo foram minuciosamente planejados,
Queria cortar de uma vez por todas essa linha que prende você a mim,
Queria ter coragem de me desfazer da sua foto,
E da minha busca incessante por noticias suas.
Queria não sentir ciúmes, quando vejo alguém ganhando a sua atenção.
SUA ATENÇÃO, o troféu de toda minha busca,
Combustível que me move,
E que me deixa um gosto amargo na boca, por não ter.
Juro que já pensei em tudo para te esquecer.
Regressão, um outro amor, cartomante,
Analise, terapia em grupo, e descobrir algum defeito seu.
Todos, sem obter nenhum sucesso.
Sim, meu caso é serio, e preciso me salvar.
Você se apossou de mim de tal forma,
Que por mais que eu queira não consigo me desvincular de teus encantos.
Mas não te culpo, nesse caso não há culpados, apenas vitimas,
Eu, vitima dos seus encantos, e você, vitima do meu amor.
Seria tudo tão mais fácil se tivesse alguém para culpar não é mesmo?
Ou algum botão com o poder de esquecimento,
Ou então, se eu me encaixasse no seu gosto.
Se o destino tivesse sido um pouco mais amigável comigo.
Mas nada disso aconteceu, é preciso aceitar os fatos,
Por mais dolorosos que eles sejam.
Mas você é o motivo dos meus versos,
Da minha música, do meu silêncio,
Me livrar disso,não será tarefa fácil,
Porque sem perceber, deleguei a você, tudo que pra mim, é sinônimo de felicidade.
Saio pelas ruas e todas as pessoas parecem ter seu rosto,
Ando por ai olhando as placas dos carros, na esperança de encontrar o seu,
Um dia eu acordei, e antes de sair de casa olhei a sua foto, só para ter um dia melhor.
Poderia ter o seu amor por merecimento, ou ao menos por número de tentativas...
Se as coisas fossem assim...
Isso não é loucura? Estou no estagio mais alto de insanidade.
E o pior, tenho consciência disso e não sei como agir.
E o que fazer quando o tempo não foi capaz de amordaçar um sentimento?
Quando o pensamento parece sair do corpo, e passa ter vontade própria?
Quando a razão se torna algo inalcançável?
Quando a explicação passa ser artigo em falta?
Mesmo sem as respostas para todas essas perguntas,
Preciso colocar apenas uma coisa em minha mente.
Te esquecer,que no momento para mim,é vital.
Como?Vou tentar colocar na minha agenda para não esquecer,
Começar trabalhar a idéia de me desfazer da sua foto.
Cortar o cabelo, mudar o tema das minhas musicas,
E abrir as portas do coração, que estão até emperradas,
De tanto tempo que ficaram fechadas,
Tirar o retrovisor, e tudo que me faça olhar pra trás,
Na minha bússola, só terá o norte.
Abrir as janelas e deixar o que quiser entrar,
Sair por ruas que não sei o nome,
Não pra me perder, mas só para conhecer novos ares.
Se vai dar certo?Não sei.
Mas preciso tentar, preciso me salvar.

sábado, 18 de junho de 2011

Quem eu sou?


A todo momento sou estigada a me auto definir,
Que idéia fixa é essa que o ser humano tem de querer explicação
E definição para tudo que os rodeia?
Querer entender até o que é incompreensível?
Mas vamos lá, é questão de sobrevivência responder essa pergunta...
Sou uma versão humana de “verso e música”, gosto de transitar nos extremos,
Ando pelas ruas tentando poetizar tudo que encontro pelo caminho,
Gosto de dizer as coisas mais importantes nas entrelinhas,
Porque tudo que é lógico, direto e reto, nunca me encheu os olhos,
Mas já o que fica no ar... Ahh isso sim que me move, me estiga.
Gosto da calmaria e tranqüilidade dos dias cinza,
aonde a saudade vem e encontra espaço pra ficar,
sem medo, sem culpa e nem pressa de partir.
Tenho um lirismo aflorado,
um comportamento passional um tanto quanto incurável,
Palavras ditas ao pé do ouvido me causam arrepios,
gosto dos dias frios e do barulho da chuva.
Prefiro o inverno a verão,
A noite do que o dia, vivo em constante nostalgia,
gosto do canto choroso de Cartola,
Da genialidade de Chico Buarque,
Da magnitude de Maria Bethânia,
E às vezes sinto que Augusto Cury me conhece.
Já chorei escondido, mas quis colo.
Já morri de ciúmes de coisas bobas
Já liguei só pra ouvi a voz de alguém, mas tinha tanto a dizer...
Escrevi cartas de amor, que nunca foram entregues.
Me apaixonei ao ponto de não conseguir pensar em outra coisa.
Mas também, já me magoei por coisas que não gosto nem de pensar.
Já briguei pra defender uma idéia, e acabei mudando de idéia...
Já tremi de medo...
Mas pra defender quem eu gosto, tirei coragem de onde eu nem tinha.
Já quis salvar o mundo...
E descobri que para isso preciso começar mudando o MEU mundo.
Já quis ser astronauta...
Mas percebi que não preciso sair de órbita
Para notar o quanto as estrelas são bonitas,
Já quis ser palhaço...
Mas vi que consigo arrancar sorrisos sem ter que pintar o rosto.
Já quis voar...
Mas descobri que com as palavras crio asas e ultrapasso dimensões.
Gosto de samba, mas não se dançar,
Gosto de francês, mas não sei falar.
Adoro conversar com velhinhos,
Acho a personificação da manifestação do tempo,
Uma coisa incrível.
E assistir jornal me faz temer o futuro.
Odeio gritos, briga, abuso de poder,
Agressão e toda e qualquer forma de opressão.
Odeio o abandono e exclusão.
Odeio desrespeito, discriminação,
E concordo com Milton quando ele canta:
''Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar''

Gosto de sentar na calçada,
Olhar as pessoas com seus passos apressados,
E ficar imaginando seu destino,
E tentar identificar em seus traços as marcas da vida.
Gosto de deitar na grama e olhar os desenhos feitos pelas nuvens.
Sei do que gosto e do que odeio,
Sei o que me move e o que me deixa em inércia.
Sei o que me inspira e o que me estiga,
Mas isso não quer dizer que eu saiba quem eu sou.
Sim, detenho certo conhecimento sobre mim,
Mas definitivamente não sei quem eu sou,
E nem faço muito esforço para isso,
E nem quero que isso aconteça,
Temo chegar um dia, acordar, e perceber que consigo responder essa incógnita com facilidade.
Quero me descobrir aos poucos, sem pressa,
Para não me assustar com os defeitos,
E não me sentir enaltecida com minhas virtudes,
Quero me descobri nos momentos que sou posta a prova.
Como reajo em um momento de raiva?
Me irrite e verá.
Sou uma constante variável, não consigo me definir,
Assumo minha incapacidade, hoje penso de um jeito, amanhã, não se sabe.
Mas posso dizer que sou uma versão humana de verso e música,
Em busca de sua possível definição, mas caso não a encontre, não faz mal,
Me contento com a definição dos breves momentos que sou posta a prova,
Quando uma pergunta (QUEM EU SOU?) me estiga a desbravar meu ser.

sábado, 11 de junho de 2011

Caixinha de Lembranças

  Ontem eu te vi, não foi do jeito que esperei,
da forma que sonhei, conforme o planejado, mas nada disso importa agora, tudo se torna mínimo e insignificante, porque ontem, eu te vi, fui tomada por uma alegria sem tamanho, fiquei por alguns estantes em total êxtase, quis sair por ai, transbordando de tanta alegria, ultrapassando limites, saindo de órbita, criando o meu próprio carnaval, era muita felicidade para pouco espaço, quis gritar...
Foi o motivo que precisava para recorrer a velhas lembranças, cheguei em casa,entrei no quarto, abri o armário e peguei uma caixinha onde guardo tudo que julgo ser importante,e a primeira coisa que encontrei foi a sua foto,aquela que roubei ainda na infância e guardei com muito zelo,pois tive medo que o tempo me fizesse esquecer do seu sorriso,sei que isso é pouco provável,mas guardei por medidas de segurança,não queria correr o risco de te esquecer,nessa caixinha também guardei fotos de amigos,aqueles mais próximos,que nem mesmo o tempo foi capaz de afastar,trechos de musicas,versos dos meus poetas preferidos,ingressos de shows,uma palheta do Anitelli,lembretes de momentos felizes,fragmentos de épocas inesquecíveis,prova de marcas deixadas por mim na vida das pessoas,e as marcas delas deixadas em mim,coisas como essas serve para nos arrancar sorrisos,remeter a sentimento adormecidos,para lembrar o quanto que fomos ou ainda somos importantes na vida de alguém.Mas você era presença constante nesses fragmentos pessoais,era presente nas inúmeras cartas que escrevi e nunca enviei,onde que nelas estabelecia conversas demoradas,contava sobre o meu dia,e o que nele me fez lembrar de você,falava sobre os livros que eu lia,os autores que descobria e sobre as musicas que conhecia e me apaixonava todos os dias,também havia lembretes do dia do seu aniversário e tudo que queria lhe dizer nesta data,e versos..muitos versos escritos por mim onde que declarava abertamente coisas que nunca disse a ninguém,e tudo isso foi ficando ali,sendo acumulado com o passar do tempo,assim como o meu amor,empoeirado pela falta de uso,mas quando tiramos o excesso de tempo e voltamos os olhos para tudo aquilo,nos deparamos com a riqueza que há ali.
Mas ontem, quando te vi, tudo isso veio à tona, percebi o quanto você mudou... Eu mudei, nós não somos os mesmos faz tempo, e percebi o tamanho do abismo que o tempo construiu entre nós, e quando me dei conta, já não fazia parte dos seus planos, nem mesmo da sua lista de amigos, passamos todos esses anos caminhando em vias opostas de uma mesma estrada, sem desfrutar da paisagem em nossa volta, nem ao menos olhar pra trás e ver a estrada percorrida sob nossos pés, agora, tento entender em que parte dessa estrada eu fui te perder?O que deixei de fazer para sua sombra sair do lado da minha?Como fui te perder de vista se meus olhos não faziam outra coisa a não ser te olhar?E a falta de respostas para tantas perguntas parece me sufocar, e eu ali, submersa, entre o passado das minhas lembranças e o presente de ter te visto, conclui que o ontem e o hoje são separados por uma linha quase invisível, são coisas quase indivisíveis, isso soa tão perfeito, acho a contradição incrível, é o que une coisas opostas, concilia o inconciliável,assim como nós,um exemplo de contradição, isso deve explicar o porquê do meu encanto.
Mas ontem eu te vi, e nada desvia meu pensamento desse fato, você me parecia tão feliz, e isso me deixou feliz também, continua com a mesma beleza, mesmo encanto, mesmo olhar, continua a mexer comigo, me fazendo sentir em queda livre e estado de inércia ao mesmo tempo, contraditório?Sim, pois é o que une coisas opostas como nós. Pena não poder guardar este momento na minha caixinha de lembranças, não que eu venha esquecer, mas por medidas de segurança, para poder recorrer quando te ver novamente, ou quando a saudade bater em minha porta,porque além da contradição,também gosto de tornar palpável momentos que pra mim serão inesquecíveis, para guardá-los na minha caixinha de lembranças,mas só por segurança...só para ter em  que recorrer.

...Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
E desconcertante
Rever o grande amor...
(Anos Dourados - Tom Jobim/Chico Buarque)

sábado, 4 de junho de 2011

Primeira vez que te vi...

Era um dia de sol, tarde quente de brisa leve,
O céu estava de um azul que igual aquele nunca vi,
Sai de casa em disparada como era de costume,
Pés firmes ao chão e pensamento longe,
Pensamento?Diga-se de passagem, nunca foi um bom companheiro,
Nunca está com a gente,e passeia por territórios que desconhecemos,
Mexe com os sentidos, chega até cegar.
Mas algo inesperado diminuiu meus passos e aumentou minha freqüência cardíaca,
Em fração de segundos uma pessoa cruzou o meu caminho ocasionando quase um choque entre dois corpos, pessoa que carregava em si uma beleza sem tamanho, cabelos, corpo, peito, olhar fixo, sorriso aberto, chegava doer à íris, era de uma beleza desconcertante, consegui evitar o choque, mas pude sentir o meu corpo em queda livre, caindo na imensidão daquele olhar, gaguejei um pedido de desculpas, sem muito sucesso, pois o meu corpo se encontrava em perfeita inércia, não conseguia mover um só músculo, não sei se foi devido ao susto ou porque os meus olhos estavam enfeitiçados por aquela imagem que minha retina acabará de captar, só sei que fiquei ali a observar por alguns segundos, mas ficaria a vida inteira se assim fosse preciso,fiquei observando aquele sorriso aberto desaparecer no horizonte,para que assim eu pudesse recompor meus sentidos,me sentir em terras firmes,prosseguir na caminhada,mas aquela cena não saiu nem um só momento do meu pensamento,fiquei imaginando de onde veio,para onde seguiu,e se iria ver novamente,e que efeitos eram aqueles que causava  sobre mim,mas assim fui seguindo em frente com pés firmes e pensamento ao longe,como era de costume,pensamento?Aquele velho conhecido que nunca acompanha. E aquele olhar e eu nos “trombamos” algumas vezes, trocamos algumas poucas palavras, porque às vezes, quando temos muito a dizer o silencio parece prevalecer, e entre nós, o silêncio sempre se fez presente, mas assim como veio, aquele sorriso partiu, sem mais nem menos, levando consigo parte do meu coração, deixando um vazio imensurável, foi embora sem ao menos pedir desculpas por ter cruzado o meu caminho, invadido a minha vida, meu coração, por ter se apossado dos meus pensamentos, penetrado em minha mente pegando carona nas musicas que eu ouço, por ter se tornado motivo e alvo dos meus versos e de cada silaba que pronuncio, por me fazer tocar violão como se tocasse em seu corpo, encostando junto ao peito falando coisas de amor que nunca lhe disse, por me fazer ficar estudando maneiras de te inventar, se não posso te criar em carne e osso, te invento nos meus versos, minha única arma onde te ter por perto depende só da minha vontade, e quem sabe eles consigam chegar onde nunca pude alcançar,no seu coração.
E o tempo foi totalmente dispensável, mero detalhe, quase que insignificante, pois aquele sorriso não precisou de muito para marcar minha vida, não precisou mandar flores, recitar versos, fazer serenatas em noite de luar, enfeitar a casa com lírios, lembrar datas importantes, decorar o meu gosto, ou gostar de Chico, Milton, Cartola e Bethânia, não precisou lembrar de mim quando eu liguei, e nem achar romântico o fato de ligar só para ouvir a voz e desligar em seguida, aquele sorriso só precisou aparecer numa tarde rotineira de céu azul, cruzar o meu caminho para que em segundos fosse capaz de marcar uma vida inteira, despertando o melhor que há em mim.