sábado, 25 de agosto de 2012

Na calçada de mim mesma...



Para ser lido ao som de Elisa -  Gli Ostacoli del Cuore ♫

Queria ter sempre as palavras certas para falar com você.
Tudo é de uma complexidade que vai além do som propagado pela movimentação dos lábios.
Nada é o que parece ser.
E isso é apenas a ponta do iceberg.
E sobre todas as coisas incompreensíveis que passo o dia tentando entender.
Paira apenas uma verdade:
Tudo que há de bonito que guardo cuidadosamente no meu coração.
Coisas essas que estão prontas para lhe serem oferecidas.
Embrulhadas com papel de seda, cheirando a lírios,
Com dedicatória em aquarela.
Se eu ao menos soubesse dizer sobre tudo que se passa.
Conseguiria talvez deter esse dilúvio interno.
Mas existem infinitas coisas que você não sabe sobre mim.
E outras milhares que você sequer deve saber.
Mais centenas que nem entenderia se soubesse.
E se um dia, por descuido, você vier a descobrir pequena parte dessa nuvem de mistério.
Não acreditaria em sua veracidade, tamanho absurdo que é tudo isso.
Meus joelhos e costas doem sabia?
Dói do peso que é carregar tudo isso.
Que apesar de bonito machuca.
Meu analgésico?
Infinitas doses de você pode ser?
Sabe, por anos imaginei uma historia bonita para nós.
Historia essa que nem Shakespeare ousou criar.
Devido aos acontecimentos, do acaso, destino ou conveniência,
Vim diminuindo as expectativas dessa historia.
Hoje almejo menos que a terça parte de tudo que sonhei.
E às vezes temo não conseguir alcançar esse pouco que restou.
Mas a única coisa que me resta fazer é tentar,
E assim sigo, tentando.
Porque o destino foi irônico comigo
Fazendo seu rosto se encaixar tão perfeitamente com o meu gosto.
Sendo que nossos caminhos não seguem com a mesma sincronia.
Você aparece, desaparece, reaparece.
Eu me encontro, me perco e torno acertar o passo.
Mas um dia encontro a palavra certa,
Para ir até você, bater em sua porta e dizer:
_Devolva minha bussola para que finalmente consiga achar minha direção sozinha.
Meus pés estão gastos de tanto se perder, porque teus passos de tão suaves não deixam rastros, como irei te seguir?
Apesar de que minha vontade será de te segurar pelas mãos e dizer:
_Cheguei até aqui, e você não imagina o quanto me perdi, larga essa bussola, mapa,
Orientação para que eu possa te mostrar tantas coisas bonitas que encontrei nos meus caminhos errados.  Não é esse o combinado? Compartilhar com você tudo de bonito que encontro pelo caminho?
Não sei o desfecho dessa historia,e continuo sem saber que palavras usar.
Estou andando por um dos meus caminhos errados.
Rodeada de coisas belas, mas que admiro sozinha.
Compartilho com você, que por sua vez admira na companhia de outros olhos.
Sento na calçada de mim mesma, pra descansar os joelhos e costas que doem pelo peso dessa historia.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desafio Aceito...

Se eu te falar das coisas do meu coração
Talvez você não fosse entender
Há um abismo entre a razão e o meu querer .
Mas você me cabe tão bem.
E isso é tão fácil de perceber.
Busco o impossível pra te dar.
Na espera de um dia poder lhe entregar.
Ao som de Milton acompanhado com lírios.
Intercalados com Blues e Jazz.
Naturalmente seria tudo muito lindo.
E se não fosse, iria atrás da beleza que te encante.
Faço tudo para alegrar seu olhar.
E às vezes consigo.
Alegro-me por isso.
Mas não descanso.
Nem me iludo.
Mas também não mudo.
Porque entre as infinitas possibilidades
Impostas a mim.
Você é a mais doce,
Encantadora.
Lembra-me Monet, Blues e Jazz.
Rima rara, Fernando Pessoa.
Cheira a Lírios.
Riso fácil.
Meu desafio aceito.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pós Amor...



Ela tinha decidido tomar as redias das suas emoções
Decidiu esquecer quem por tantos anos, tanto amou.
Abriu a porta do apartamento.
Como quem abre as portas para ir de encontro com a liberdade.
Ficou por alguns segundos totalmente parada.
Sem dar um passo, inércia!
Estava se acostumando com a ideia
De entrar e se deparar com a solidão do apartamento vazio.
Ao invés da organização preenchida com a companhia desejada que tanto desorganizou.
Deu o primeiro passo após respirar fundo
Com a mesma inquietude de quem parte com vontade de ficar.
Com a mesma incerteza de quem se rende ao abismo.
E de fato era um abismo.
O abismo da sala fazia.
O carpete ainda guardava os antigos passos.
Os quadros a encaravam como se perguntassem:
O que houve com a outra sombra?
Ela apenas ouvia, não tinha o que dizer.
Como também não tinha ninguém para ouvir.
Na verdade nada havia sido falado.
Era apenas devaneios de pós-amor.

"Noite Estrelada..."

Van Gogh quando pintou as suas “giraluas”
Deveria saber os encantos escondidos pela noite.
Os tais versos cantados por trovadores
Representado por cada anos luz.
E cada estrela cadente são versos sendo entregues aos destinatários.
No seu quintal verá milhões delas.
Versos feitos por mim.
Entregues por estrelas.
Pintadas por Van Gogh.
Escondidos pela noite.
Em todos os versos garimpo noites pra te encantar.
E Van Gogh soube bem retratar.
Quando o sol veio a se por.
E eu te vi pela primeira vez.
Vi mil luas girando por mim.
Foi tão lindo.
Pena que você desviou olhar.
O que me faz querer sentar em uma sacada de janelas velhas.
Porque janelas velhas é sinal de olhares cansados.
E isso me encanta tanto.
E contar sobre tudo que aconteceu naquele dia.
Sobre tudo que me trouxe até aqui.
Sobre o que me fez ser o que eu sou.
Mas isso apenas entre um silêncio e outro,
Entre uma falta de assunto.
Enquanto apenas nossos olhares se cruzam
No mais, você me conta sobre seus dias,
Suas historias.
Sobre o seu tempo de meninice
Fale-me sobre você, meu assunto preferido.
Ajuda-me entender melhor sobre Van Gogh.
E toda arte que alegra as retinas.
Que eu realmente confesso que “Noite Estrelada”
Retrata quando eu te conheci.
Você não vai acreditar, e vai sorrir.
A vida toda valeu pelo seu sorriso.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Roda Gigante...



São 00h40 e vou ter no mínimo 5 horas de sono.
Mas até agora nem sinal dele.
Talvez essa seja mais uma noite que passo em claro.
Excesso de pensamentos me causa uma inquietude tremenda.
E essa já é a quinta pagina que descarto por não saber verbalizar sentimentos.
Por que a sua inconstância me confunde mais que os meus próprios questionamentos confusos e controversos.
Nos últimos dias tenho tido você com mais frequência,
O que me alegra, me faz um bem inimaginável.
E todas as vezes que vejo sua preocupação em ser um ser humano bom ao próximo,
Tenho vontade de lhe dizer o tanto que você tem me curado sem perceber.
Mas talvez isso deixaria transparecer um sentimento que a tempos venho ocultando.
Na hora certa talvez você fique sabendo.
Ou talvez, nem se fará necessário.
Mas é que ao mesmo tempo em que sua presença é constante.
Sou tomada por sua ausência, na qual me fere de tal forma que nem sei dizer.
Ai choro, alugo ouvidos alheios e sou consolada por Cecília Meireles,
E antes mesmo de terminar um verso, você aparece,
Pondo por terra todo meu sofrimento passional visceral precipitado.
Ai eu olho pra trás, e vejo os avanços.
Porque até outrora não era detentora nem ao menos dessas inconstâncias.
Lidava com a sua ausência definitiva.
E acredito que por isso tenho tanto medo que ela retorne.
Mas ai me deparo com o meu egoísmo em querer ter sua atenção sempre,
Todos os momentos, em todo correr da minha hora.
Venho tentando ocupar o meu tempo o máximo que posso,Pra amenizar essa dependência emocional.
Inútil, mesmo que preenchesse às 24h ainda sim arrumaria tempo para os meus devaneios passionais.
Você aparece, some, e fala comigo.
E eu vou indo nessa roda gigante sentimental.
Fazendo de tudo para ter sua atenção
E me deparando com a frustração de não tê-la, mesmo fazendo por onde.
E me culpando por uma possível falha, um possível erro.
Uma falta de coragem no passado.
Uma possível chance no futuro.
O que interessa é que já são 01h02 da manhã
E algumas horas atrás você falou comigo.
Ou seja, estou no topo da roda gigante
Naqueles momentos que ela para e apreciarmos o horizonte.  
Onde eu encontro toda calmaria que meu corpo precisa pra poder dormir.
Obrigada por mais uma vez ser o motivo do meu sorrir.
Mesmo sem eu saber até quando.
Mas isso não importa agora, afinal quem no topo da roda gigante.
Vai pensar na morbidez constante de um carrossel.