segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quando eu MERGULHEI...



Era apenas uma noite que me trancava mais uma vez no quarto.
Tinha uma sinfonia dentro de mim, mas que era obrigada se calar
Pois em minha volta não é permitido ruídos ao cair da tarde.
Ausência de luz, se cale, essa é a lei que era imposta a mim,
E obedecia como se não houvesse outra solução.
Transformei o silencio em sussurro e peguei meu violão,
E corri para nosso refugio imaginário.
E desse casamento eis que nasce “Escorpião”
Letra forte de batida pesada que surgiu na contradição de um sussurro.
Essa musica me convida a mergulhar no que eu mais temo que é a “incerteza”
E ir sem medo.
Tolamente demorei a seguir o conselho de minha criação.
Fiz o mesmo que faziam comigo, prendi nas pautas do caderno,
E no corpo do violão, naquele quarto.
 Não a deixava essa canção ir muito longe.
Até que abro a porta e eis que me escapa os tais versos musicados.
E não precisou de muito para que a fuga fosse tão grandiosa.
Precisou apenas de uma voz que cansou de se calar,
Mãos calejadas,
Violão, meu velho amigo,
Um sonho,
Uma pessoa que acredita nesse sonho incondicionalmente,
E eu com “Escorpião” me pedindo para acreditar nele uma vez mais.
E acreditei e ele não me decepcionou.
Como uma mãe que permite que o filho saia de casa pela primeira vez sozinho,
Soltei “Escorpião” ao mundo,
E como toda mãe fiquei em casa rezando.
Deus nos deu esse voto de confiança,
Acampou teus anjos ao meu redor, tudo isso foi muito claro pra mim.
E fazemos uma corrente, e Deus apareceu para mim por muitas vezes – Ganhei um pai -.
Dia 22+10+2013= 11 como não poderia ser diferente, meu filho volta, com boas noticias.
Abri as portas para que ele saísse de casa e ganhasse a liberdade que não tenho,
Ele volta, para abrir as portas do meu verdadeiro oficio por definitivo.
O endereço?
Santa Tereza, Praça duque de Caxias.
Lugar mágico e de muita importância pra mim.
Depois, tudo foi muito decisivo.
Lá minha fé foi testada, e minha  vontade de seguir nesse “caminho que vai dar ao sol” também.
E acho que fui aprovada.
Provei da mesquinharia do homem que canta sobre sonhos,
Mas não se importa caso tenha que pisar em um.
Mas eis que a fé sustentou o que parecia estar perdido.
Entendi a analogia do “Rouxinol”
  
Quando a música ia
E quase eu fiquei
Quando a vida chorava
Mais que eu gritei...
...Rouxinol me ensinou
Que é só não temer
Cantou
Se hospedou em mim”

E fui, após soar novamente os tais sinos imaginários,
Aquele que sinaliza o alinhamento de astros,
Ou quando a risada de Deus é tão grande
Que faz balançar o “sino dos ventos”
Aqueles posicionados estrategicamente na janela do paraíso.
Não muito longe de onde eu estava. No palco.
Centenas de pessoas estavam ali, na minha frente,
Não sei definir o que senti, estava anestesiada.
Minha voz errante talvez diga mais do que eu naquele momento.
Medo, alegria, certeza que ali realmente era meu lugar.
Vi minha família, amigos, que muitas vezes acreditaram mais em mim do que eu mesma.
Pessoas que me acalmaram, rezaram por mim, torceram, cantaram, estavam junto comigo,
Senti a presença até de quem estava distante.
Tudo foi de fundamental importância e agradeço muito por esses anjos na minha vida.
E cantei com meu violão notas de “Escorpião” para aquela multidão.
Na ultima nota, no ultimo agradecimento, no ultimo sorriso,
O Rouxinol sentou em meu ombro e fez morada em mim e o ninho no meu violão,
Tem noites que dorme ao som de “Escorpião” e só acorda com os tais sinos imaginários,
Das gargalhadas de Deus, pois tenho me permitido ouvi-lo cada vez mais.
Amém.

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