domingo, 8 de janeiro de 2012

Um dia pra só me dizer SIM...

Tenho alguns pensamentos surreais.
E às vezes me dou o deleite de embarcar nos meus devaneios...
Porque a vida sempre me coube meio apertada,
E eu ia preenchendo os poucos espaços
Com sonhos impossíveis, encontros improváveis.
Medos e pequenas imperfeições.
E as qualidades?
As carregava no bolso.
Uma desculpa para que me acompanhasse em todos os lugares.
Mas que era notada apenas se fizesse uma revista minuciosa.
E pensei como seria se um dia a vida folgasse as amarras,
E abaixasse as mãos de ferro de quem aperfeiçoa um aprendiz?
E tirasse um dia pra só me dizer SIM.
Eu tiraria as virtudes do bolso.
Esquecia do tempo.
Dos sonhos impossíveis.
Dos encontros improváveis,
Dos medos e das imperfeições
Dançaria na chuva.
Falava com você sem a preocupação
De pensar, repensar e trepensar em cada silaba ensaiada,
Mas não dita.
Esquecia dos ensaios, adotava a arte do improviso.
Me equilibrava a beira do abismo.
E gritava mil poemas para o nada.
Perdia o medo do desequilíbrio.
Gritava de madrugada a todo o pulmão.
Não economizava riso, verso e rima.
Esperava o amor na janela,
E se caso ele não viesse?
Ia ver o pôr do sol,
Ia cantar uma canção pra você ninar.
Fazer versos para te encantar.
Brincava com meu trovadorismo aflorado.
Espalhava pela cidade palavras de gentileza.
Sorria para desconhecidos.
Conversava sozinha na multidão.
Te mostrava que depois daquele monte tem uma visão incrível da cidade,
E inventava o meu lugar.
Não me importava com a pequenez dos meus dias,
Com as perguntas sem respostas,
Com o meu silencio fora de hora.
Assoviava cartola na praça.
Abria os braços para o vento,
Fechava os olhos, pois assim você sente que pode até voar.
Tirava a vida pra dançar.
Aplaudia meus ídolos,
Desde Milton aos artistas de rua que troca a arte pelo pão.
Aplaudia até sentir a dormência das minhas mãos.
Sorria,cantava,amava de graça.
E assumia,pois aquilo que mais temia,disse sim pra mim...
Mesmo que seja só por um dia.

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