domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vida lá fora...


Adoro o cheiro de gasolina...                                                             
É um vicio estranho, mas é quase uma atitude de legitima defesa.
Em dia de transito lento o cheiro da gasolina é o túnel do tempo que me remete a infância.
Pois quando criança vivia em uma casa grande, de muro alto.
Tão alto que me impedia de ver a vida lá fora.
Tão alto que me fazia duvidar da existência de vida La fora.
Quando as pessoas passavam de carro na minha porta,
E eu corria para ver a movimentação de quem partia.
E a brisa batia no meu rosto acompanhado do forte cheiro de gasolina.
Era nessa hora que o portão se abria, e eu constatava o que temia.
Sim, existe vida por trás dos muros altos,
Existe vida, por  trás daquilo que me protegia e me cegava,
Sim, existe vida por trás daquilo que me limita.
Então associei a gasolina, com liberdade.
Associação mais feliz não há.
Pois a liberdade, assim como a gasolina,
É o combustível que nos move,
É um preço caro para seguir em frente.
E se usar erroneamente, chega ser inflamável.
Hoje, já na vida adulta,quando a brisa bate novamente no meu rosto,
Acompanhado do forte cheiro de gasolina, chega me dar arrepios,
Fecho os olhos e volto pra minha infância de vida roubada.
É o cheiro da liberdade beijando minha face
Aqueles muros que impediam minha visão, não existem mais,
Passo por eles todas as manhãs, e ele me impede de ver as coisas que ficaram para trás.
Ele me protege de ver o passado de vida morna.
Momento que eu me misturo com a “vida lá fora"
Transito parado,é gasolina,é memorias do tempo de menina.

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