sábado, 4 de junho de 2011

Primeira vez que te vi...

Era um dia de sol, tarde quente de brisa leve,
O céu estava de um azul que igual aquele nunca vi,
Sai de casa em disparada como era de costume,
Pés firmes ao chão e pensamento longe,
Pensamento?Diga-se de passagem, nunca foi um bom companheiro,
Nunca está com a gente,e passeia por territórios que desconhecemos,
Mexe com os sentidos, chega até cegar.
Mas algo inesperado diminuiu meus passos e aumentou minha freqüência cardíaca,
Em fração de segundos uma pessoa cruzou o meu caminho ocasionando quase um choque entre dois corpos, pessoa que carregava em si uma beleza sem tamanho, cabelos, corpo, peito, olhar fixo, sorriso aberto, chegava doer à íris, era de uma beleza desconcertante, consegui evitar o choque, mas pude sentir o meu corpo em queda livre, caindo na imensidão daquele olhar, gaguejei um pedido de desculpas, sem muito sucesso, pois o meu corpo se encontrava em perfeita inércia, não conseguia mover um só músculo, não sei se foi devido ao susto ou porque os meus olhos estavam enfeitiçados por aquela imagem que minha retina acabará de captar, só sei que fiquei ali a observar por alguns segundos, mas ficaria a vida inteira se assim fosse preciso,fiquei observando aquele sorriso aberto desaparecer no horizonte,para que assim eu pudesse recompor meus sentidos,me sentir em terras firmes,prosseguir na caminhada,mas aquela cena não saiu nem um só momento do meu pensamento,fiquei imaginando de onde veio,para onde seguiu,e se iria ver novamente,e que efeitos eram aqueles que causava  sobre mim,mas assim fui seguindo em frente com pés firmes e pensamento ao longe,como era de costume,pensamento?Aquele velho conhecido que nunca acompanha. E aquele olhar e eu nos “trombamos” algumas vezes, trocamos algumas poucas palavras, porque às vezes, quando temos muito a dizer o silencio parece prevalecer, e entre nós, o silêncio sempre se fez presente, mas assim como veio, aquele sorriso partiu, sem mais nem menos, levando consigo parte do meu coração, deixando um vazio imensurável, foi embora sem ao menos pedir desculpas por ter cruzado o meu caminho, invadido a minha vida, meu coração, por ter se apossado dos meus pensamentos, penetrado em minha mente pegando carona nas musicas que eu ouço, por ter se tornado motivo e alvo dos meus versos e de cada silaba que pronuncio, por me fazer tocar violão como se tocasse em seu corpo, encostando junto ao peito falando coisas de amor que nunca lhe disse, por me fazer ficar estudando maneiras de te inventar, se não posso te criar em carne e osso, te invento nos meus versos, minha única arma onde te ter por perto depende só da minha vontade, e quem sabe eles consigam chegar onde nunca pude alcançar,no seu coração.
E o tempo foi totalmente dispensável, mero detalhe, quase que insignificante, pois aquele sorriso não precisou de muito para marcar minha vida, não precisou mandar flores, recitar versos, fazer serenatas em noite de luar, enfeitar a casa com lírios, lembrar datas importantes, decorar o meu gosto, ou gostar de Chico, Milton, Cartola e Bethânia, não precisou lembrar de mim quando eu liguei, e nem achar romântico o fato de ligar só para ouvir a voz e desligar em seguida, aquele sorriso só precisou aparecer numa tarde rotineira de céu azul, cruzar o meu caminho para que em segundos fosse capaz de marcar uma vida inteira, despertando o melhor que há em mim.

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