sábado, 18 de junho de 2011

Quem eu sou?


A todo momento sou estigada a me auto definir,
Que idéia fixa é essa que o ser humano tem de querer explicação
E definição para tudo que os rodeia?
Querer entender até o que é incompreensível?
Mas vamos lá, é questão de sobrevivência responder essa pergunta...
Sou uma versão humana de “verso e música”, gosto de transitar nos extremos,
Ando pelas ruas tentando poetizar tudo que encontro pelo caminho,
Gosto de dizer as coisas mais importantes nas entrelinhas,
Porque tudo que é lógico, direto e reto, nunca me encheu os olhos,
Mas já o que fica no ar... Ahh isso sim que me move, me estiga.
Gosto da calmaria e tranqüilidade dos dias cinza,
aonde a saudade vem e encontra espaço pra ficar,
sem medo, sem culpa e nem pressa de partir.
Tenho um lirismo aflorado,
um comportamento passional um tanto quanto incurável,
Palavras ditas ao pé do ouvido me causam arrepios,
gosto dos dias frios e do barulho da chuva.
Prefiro o inverno a verão,
A noite do que o dia, vivo em constante nostalgia,
gosto do canto choroso de Cartola,
Da genialidade de Chico Buarque,
Da magnitude de Maria Bethânia,
E às vezes sinto que Augusto Cury me conhece.
Já chorei escondido, mas quis colo.
Já morri de ciúmes de coisas bobas
Já liguei só pra ouvi a voz de alguém, mas tinha tanto a dizer...
Escrevi cartas de amor, que nunca foram entregues.
Me apaixonei ao ponto de não conseguir pensar em outra coisa.
Mas também, já me magoei por coisas que não gosto nem de pensar.
Já briguei pra defender uma idéia, e acabei mudando de idéia...
Já tremi de medo...
Mas pra defender quem eu gosto, tirei coragem de onde eu nem tinha.
Já quis salvar o mundo...
E descobri que para isso preciso começar mudando o MEU mundo.
Já quis ser astronauta...
Mas percebi que não preciso sair de órbita
Para notar o quanto as estrelas são bonitas,
Já quis ser palhaço...
Mas vi que consigo arrancar sorrisos sem ter que pintar o rosto.
Já quis voar...
Mas descobri que com as palavras crio asas e ultrapasso dimensões.
Gosto de samba, mas não se dançar,
Gosto de francês, mas não sei falar.
Adoro conversar com velhinhos,
Acho a personificação da manifestação do tempo,
Uma coisa incrível.
E assistir jornal me faz temer o futuro.
Odeio gritos, briga, abuso de poder,
Agressão e toda e qualquer forma de opressão.
Odeio o abandono e exclusão.
Odeio desrespeito, discriminação,
E concordo com Milton quando ele canta:
''Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar''

Gosto de sentar na calçada,
Olhar as pessoas com seus passos apressados,
E ficar imaginando seu destino,
E tentar identificar em seus traços as marcas da vida.
Gosto de deitar na grama e olhar os desenhos feitos pelas nuvens.
Sei do que gosto e do que odeio,
Sei o que me move e o que me deixa em inércia.
Sei o que me inspira e o que me estiga,
Mas isso não quer dizer que eu saiba quem eu sou.
Sim, detenho certo conhecimento sobre mim,
Mas definitivamente não sei quem eu sou,
E nem faço muito esforço para isso,
E nem quero que isso aconteça,
Temo chegar um dia, acordar, e perceber que consigo responder essa incógnita com facilidade.
Quero me descobrir aos poucos, sem pressa,
Para não me assustar com os defeitos,
E não me sentir enaltecida com minhas virtudes,
Quero me descobri nos momentos que sou posta a prova.
Como reajo em um momento de raiva?
Me irrite e verá.
Sou uma constante variável, não consigo me definir,
Assumo minha incapacidade, hoje penso de um jeito, amanhã, não se sabe.
Mas posso dizer que sou uma versão humana de verso e música,
Em busca de sua possível definição, mas caso não a encontre, não faz mal,
Me contento com a definição dos breves momentos que sou posta a prova,
Quando uma pergunta (QUEM EU SOU?) me estiga a desbravar meu ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário