sexta-feira, 20 de abril de 2012

ADEUS...


“ADEUS” pronunciei essas palavras com um nó na garganta.
Era madrugada, fria e chuvosa eu sussurrava : ADEUS
Queria tornar essas palavras realidade.
Queria poder acreditar no que estava dizendo.
Pra falar a verdade, eu não queria nada disso.
Mas a estrada dos nossos caminhos tomaram certos rumos,
Que desconheço o inicio e o ponto de chegada.
Estava me despedindo do que outrora havia jurado que seria pra sempre.
Me despedindo do sentimento, ADEUS.
Sussurrava, chorava, abraçava o travesseiro, intercalando todas essas ações.
Como quem acena  um navio que está partindo,
Lenço nas mãos, cabelos ao vento, e muitas lagrimas,
Olhos no horizonte, azul do céu misturando com a imensidão do mar.
Prenúncios de um naufrágio?
Ilha prestes a ser submersa, cidade fantasma,
Talvez estava me sentindo assim.
Indícios do que foi prestes a deixar de ser.
Confuso?
Sim, a confusão faz parte desses tão controversos sentimentos.
Mas falava pausadamente: A-DEUS
Como quem perde a força.
Como que perde a fala.
Como quem perde o sentido.
Como quem perde o grito.
E já desfalecido, ao chão, encontra a FÉ.
A-DEUS.
Sentimento de desprezo, sensação de abandono.
A-DEUS, disse mais pausadamente ainda.
Talvez seja isso, encontrei a palavra exata.
O tempo perfeito, a pausa correta.
A-DEUS.
Talvez seja isso...
A origem e o porquê de tal despedida.
A-DEUS.
Entregar nas mãos de Deus aquilo que já não nos cabe mais.
Não jogar ao abandono.
É envolver no cuidado, na proteção.
É envolver na prece.
Entregar a Deus, e é isso que conforta.
Perceber que dar ADEUS não é virar as costas.
É entregar a DEUS é mostrar a porta do céu.
E restaurar o espaço causado pela falta.
Preencher com o alento da certeza que fez a escolha certa,
Que a entrega foi deixada em mãos certas.
Então... A-DEUS...AMÉM.

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