Meu corpo está doendo tanto.
Está tão cansado.
Minhas emoções estão fatigadas.
Os olhos quase se fecham pra mais uma noite de sono.
Olho mais uma vez o seu retrato.
E rio da minha inesgotável disposição de ter esperança em você.
Não esperança em nós,
Mas esperança que você abra a porta,
Puxe a cadeira e me fale sobre os traços de Miró,
Ou Museu Louvre.
Enquanto eu te ofereço um vinho ou um café?
Coisas distintas para pessoas distintas que somos.
E assim viramos a noite falando sobre qualquer coisa
Que não deixe espaço pra nenhum indicio de silêncio ou ausência de assunto
Sabe, No radio está tocando Milton Nascimento.
Ele é o único que me faz chorar em publico,
Talvez porque ele seja o único a conseguir penetrar no fundo da minha alma.
Faz-me lembrar de Santa Tereza, minha historia, tudo que vivi, tudo que ainda vou viver
E a todo momento me faz lembrar que os sonhos não envelhecem.
Sussurro com ele: “E lá se vai mais um dia”
E choro, sem vergonha, medo ou culpa.
De alma aberta, exposta pra quem quiser ver.
Em meio a isso, fiquei pensando porque não me mostro mais a você?
A resposta estava clara.
Acostumada a te mostrar as coisas mais belas que encontrava pelo caminho,
Fiquei com medo de lhe mostrar minha alma triste.
Não sou uma pessoa triste.
Há uma grande diferença entre corpo e alma,
Sou uma pessoa que carrega até uma felicidade fora do normal.
Mas minha alma é triste.
Talvez seja essa a beleza da contradição.
E eu tenho medo de lhe mostrar essa minha face oculta.
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