domingo, 29 de abril de 2012

Face Oculta...




Meu corpo está doendo tanto.
Está tão cansado.
Minhas emoções estão fatigadas.
Os olhos quase se fecham pra mais uma noite de sono.
Olho mais uma vez o seu retrato.
E rio da minha inesgotável disposição de ter esperança em você.
Não esperança em nós,
Mas esperança que você abra a porta,
Puxe a cadeira e me fale sobre os traços de Miró,
Ou Museu Louvre.
Enquanto eu te ofereço um vinho ou um café?
Coisas distintas para pessoas distintas que somos.
E assim viramos a noite falando sobre qualquer coisa
Que não deixe espaço pra nenhum indicio de silêncio ou ausência de assunto
Sabe, No radio está tocando Milton Nascimento.
Ele é o único que me faz chorar em publico,
Talvez porque ele seja o único a conseguir penetrar no fundo da minha alma.
Faz-me lembrar de Santa Tereza, minha historia, tudo que vivi, tudo que ainda vou viver
E a todo momento me faz lembrar que os sonhos não envelhecem.
Sussurro com ele: “E lá se vai mais um dia”
E choro, sem vergonha, medo ou culpa.
De alma aberta, exposta pra quem quiser ver.
Em meio a isso, fiquei pensando porque não me mostro mais a você?
A resposta estava clara.
Acostumada a te mostrar as coisas mais belas que encontrava pelo caminho,
Fiquei com medo de lhe mostrar minha alma triste.
Não sou uma pessoa triste.
Há uma grande diferença entre corpo e alma,
Sou uma pessoa que carrega até uma felicidade fora do normal.
Mas minha alma é triste.
Talvez seja essa a beleza da contradição.
E eu tenho medo de lhe mostrar essa minha face oculta.

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