sábado, 14 de abril de 2012

Daquilo que apareceu, foi e partiu sem ser nada...


Não deu tempo nem de olhar pra trás.
O que ouve?
Já partiu.
Como quem estava ali por engano,
E ao se dar conta do equivoco se retira da cena principal.
Se fosse em um espetáculo, nem a plateia se daria conta.
O diretor procuraria no roteiro o porquê da tal saída repentina.
Um flash de luz, uma visão nada palpável.
O que foi isso?
Todos perguntam.
Todos murmuram.
Todos sussurram.
Um eclipse lunar no sol de meio dia.
Som de passos apressados na calçada,
Fuga em disparada de um desconhecido de rumo pro nada.
Tanto espanto?
Previsível, eu diria.
O desconhecido tem o seu encanto.
Da combustível a imaginação.
Como se a vida nos desse o controle remoto,
E você controlasse o ritmo da cena.
Como seria?
Algo desvia minha atenção.
Um violinista em meio ao estardalhaço da cidade
Tocando a 9ª sinfonia de Beethoven
O homem de rosto desconhecido.
De alma exposta em plena praça.
Em troca de moedas,
Que eram jogadas de forma ritmada.
Serenata da sobrevivência.
Trilha sonora, para fuga em disparada,
Daquilo que apareceu, foi e partiu sem ser nada.
E eu, expectadora da existência.

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