sábado, 13 de agosto de 2011

Devaneio em brisa...


O vento me inspira a liberdade,
Es o encanto do que está em toda parte sem ser visto,
Bagunça o cabelo da criança,
Vira a pagina do livro,
Leva para longe palavras ensaiadas, mas não ditas.
O vento em grande quantidade me assusta,
Assim como a liberdade.
Vento e liberdade combinação perigosa e instigante.
Na queda livre o vento é constante,
Bate no rosto, enquanto o corpo não bate no chão,
Depois disso é liberdade, dor já não há mais.
Só indícios do que foi, lembranças de outrora qualquer.
E aqui venta bastante,
Principalmente no mês de outubro,
Parece que ele tira as arvores para dançar,
Elas chegam a pairar no ar,
Mas eis que surge a contradição da existência,
Venta mas não há liberdade,
Há gritos por toda parte,
Fecho a porta e os ouvidos,
Mas não adianta, há gritos por toda casa,
E os gritos aprisionam,
Palavras ditas não são como areia,
Que o vento leva, apaga,
Elas são como chumbo em brasa,
Só o tempo disfarça.
Vento, trás o tempo...
O tempo de esperar...
O tempo de agüentar...
O tempo que liberta...
Olho pela janela e vejo a liberdade a me acenar,
E eu não quero deixa – lá a esperar,
Mas há gritos por toda parte,
E esperança já não há,
Só o tempo para fazê-los calar.
Mas venta bastante aqui não é mesmo?
As arvores parece pairar no ar,
Falta só à liberdade aparecer e me tirar pra dançar.

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