Fonte: Ateliê Lulu & Cia. |
A arte sempre me encheu os olhos.
O processo de criação é a essência mais nobre e humana.
E o encanto da arte criativa,
É fazer da simplicidade uma via de mão única de encontro com Deus.
E se encontrar com Deus é se olhar no espelho,
É encarar a realidade que não pode ser vista.
E a realidade superficial já me fatigou o olhar,
Quero ir mais fundo, quero ver as almas.
E uso a arte como veículo da minha busca,
Pois a arte é o espelho da alma do artista.
E tenho encontrado com almas tão bonitas pelo meu caminho.
No momento que o criador e a criação se misturam sem perceber,
Posso ver claramente na aquarela, na argila,
A generosidade de quem se doa, faz das mãos um oficio.
Faz do traço o caminho para se eternizar.
E a arte é tão democrática, pois não há distinção.
Vejo uma escultura onde uma mulher puxa um cão,
Sendo feitos do mesmo material,
Separados e interligados por uma linha tênue.
O que é dito racional se mistura com o irracional,
Voltados para uma mesma direção,
Envolvidos pelo mesmo encanto.
Só quem tem um olhar profundo,
Consegue ver a semelhança contida no avesso.
As almas têm uma predisposição à homogenia.
Sabedoria que o corpo não dispõe,
Não conseguimos olhar o outro,
E ver mais do que se quer enxergar,
Sentir uma continuidade de nós.
Não conseguimos nos encontrar no outro.
Sermos interligados por uma linha tênue invisível e indestrutível,
Que une nossos extremos e nossos opostos,
Que nos fazem seguir para uma mesma direção.
Seria o encanto do envolvimento humano.
Mas isso seria subjetivo demais para uma matéria tão fugaz como a carne.
Sabedoria assim, só a alma dispõe.
Que ensina e encanta, mas não germina em solo qualquer.
Porque assim como para a beleza do bordado se deve a perfeição do avesso.
A genialidade do artista se deve a uma alma nobre,
A uma generosidade aguçada,
Um olhar profundo da sua volta.
Uma sensibilidade exacerbada.
É mais alma do que corpo.
É mais encanto e beleza.
E ver essa personificação chega doer à íris,
Faz temer até o piscar dos olhos.
Faz-me agradecer por presenciar tudo isso,
Ao ver a arte, da moça e seu cão,
Com toda sua essência humana de beleza
Da genialidade de quem faz da arte, um encontro com Deus.
Quanta sensibilidade, Mi!
ResponderExcluirQuem diria que aquela garotinha timida que participava das colonias de férias iria se transformar numa poetiza! Parabéns!
E' uma honra esse poema, a foto, considero como uma homenagem... UAU, um presente de Natal inesquecivel!
Voce tem muitos dons! Que Deus lhe abençoe e que seus maravilhosos dons possam produzir muitos e bons frutos!
Super beijo:
Luciana
Oi Lu,
ResponderExcluirFoi uma honra e uma grata surpresa ter sua visita no meu blog.
Agradeço pelas suas palavras.
Tentei fazer uma homenagem a todos vocês que tem o dom de fazer a arte ir além das telas,das peças,das esculturas,dos bordados,dos desenhos,da poesia,da música, e dessa maneira tocar o outro de uma forma tão sensivel e bonita como a sua escultura me tocou,Parabéns pelo belo trabalho que realiza.
Beijos
Mi.